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Quem eu sou? Báh, eu sou a gaúcha do grupo, a gremista, a faca na bota... Nascida e criada no bairro Teresópolis em Porto Alegre, sou a filha do meio, entre duas mulheres. A Química entrou na minha vida ainda na escola, Colégio Cruzeiro do Sul, onde passei 11 anos da minha trajetória, através dos Professores Edson e Diamel. Foi em uma conversa entre colegas no Laboratório de Química Analítica, que eu soube da existência do curso de Engenharia Química e busquei informações para prestar o vestibular na UFRGS e na PUCRS. Ingressei no curso de Engenharia Química da PUCRS em 1996, aos 17 anos, muitos me acharam precoce para tomar tal decisão, mas nunca tive dúvidas da profissão que queria seguir. Desde o início da graduação queria ser pesquisadora. Iniciei o estágio após ter cursado dois períodos do ciclo profissional, com o Prof. Paulo Ernani Bauer, no Laboratório de Simulação de Processos (LASP/DEQUI/FENG/PUCRS). O principal trabalho realizado foi a aplicação e a tradução para o português do software Reactor Lab, desenvolvido pelo Prof. Richard K. Herz em código livre para complementação das atividades das disciplinas relacionadas à Engenharia das Reações Químicas. E o mais marcante foi a apresentação do trabalho sobre a avaliação de softwares para a realização de Análise de Impacto Ambiental em um simpósio internacional multidisciplinar, para um público composto por profissionais de diferentes áreas ligadas ao meio ambiente, como por exemplo, geólogos, advogados, profissionais da área da saúde, entre outros. No mesmo ano que me graduei, em 2002, iniciei o mestrado em Engenharia Química da UFRGS e a Catálise Heterogênea entrou na minha vida, estudando a reforma seca do CH4 e com um trabalho apresentado no 12° CBCat. Minha dissertação, sobre modelagem e simulação da câmara de reação de uma caldeira a carvão pulverizado, fez parte de um projeto multidisciplinar dos departamentos de Engenharia Química, Mecânica e Elétrica da UFRGS, financiado pela CGTEE, e foi orientada pelos professores Argimiro Secchi e Marla A. Lansarin. Neste projeto, tive a oportunidade de visitar a Usina de Candiota durante a parada de manutenção e entrar no interior da Câmara de Combustão da Caldeira. Obtive o título de Mestre no mesmo ano em que assisti à palestra sobre “A Química do Carbono” apresentada pelo Prof. Martin Schmal no XV COBEQ em 2004. Decidi me inscrever no curso de Doutorado no Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ, e fazer uma grande mudança na minha vida, para me tornar apta a desenvolver trabalhos em pesquisa e obter formação de excelência em Catálise Heterogênea. A mudança de Porto Alegre em 2005, uma cidade grande com jeito de província, para o Rio de Janeiro foi um grande choque cultural, a começar pelo vocabulário, tive que maneirar no gauchês sem perder as raízes. Com o passar do tempo fui me adaptando e afrouxando a gaita. O primeiro ano foi o mais difícil, ao mesmo tempo que cursava as disciplinas da COPPE e estudava muito, sentia muita saudade de casa e das cachorrinhas. Para aumentar o desafio escolhi como projeto de pesquisa um assunto inovador e nada trivial, estudar reatores monolíticos para a produção de H2, com orientação dos professores Martin Schmal e Victor Luis Teixeira da Silva (in memorian). Todo o trabalho foi realizado no Núcleo de Catálise (NUCAT), onde tive a oportunidade de conviver e aprender com profissionais altamente capacitados, com muita experiência em laboratório. Em 2009 defendi o doutorado, fui contemplada com uma bolsa de Pós-Doutorado Jr. (CT-Energ nº 51/2008: “Recursos Humanos para a Economia do H2”), e tive os primeiros artigos publicados em revistas indexadas. Até hoje as publicações sobre reatores monolíticos são referência para trabalhos recentes em diferentes lugares no mundo. Entrei para o Instituto Nacional de Tecnologia em 2010, como bolsista PCI/MCTI-CNPq sob orientação da pesquisadora Lucia Appel, e fiquei até tomar posse como servidora no cargo de Pesquisador Adjunto em 2013. A dedicação às atividades realizadas no LACAT/DICAP me proporcionou conhecimento e confiança para realizar o concurso público de 2012. Faz 10 anos que atuo como servidora pública, e tive oportunidade de trabalhar em diferentes projetos coordenados pelos colegas do INT, fazer colaborações com colegas da COPPE/UFRJ, EQ/UFRJ, PUC-Rio e do IME/RJ, participar de bancas examinadoras de trabalhos de pós-gradução em diferentes instituições, e participar em um projeto de intercambio com duas pesquisadoras do Rostock Institut fur Katalyse na Alemanha, onde passei 2 meses trabalhando no mesmo assunto da minha tese. E desta forma, depois de 5 anos, os catalisadores monolíticos voltaram para a minha rotina. Foi uma experiência que trouxe mais segurança profissional e diferentes oportunidades, como a possibilidade de participar de um congresso no exterior com apresentação de trabalho oral, de co-orientar minha primeira aluna de doutorado e desenvolver um trabalho de cooperação com o Cenpes/Petrobras como coordenadora do projeto. Estar do “outro lado da bancada” supervisionando equipe, acompanhando as atividades técnicas e a execução financeira de projeto tem sido um enorme e gratificante desafio. Atuei como chefe do Laboratório de Aceleração de Processos Catalíticos (LACCA) por aproximadamente 5 anos e do Laboratório de Catálise (LACAT) por 2 anos. Atualmente estou Chefe da Divisão de Catálise, Biocatálise e Processos Químicos (DICAP). É uma satisfação ter a certeza de que cheguei aonde sempre quis estar, e me tornei integrante do “clube da copa” como o Prof. Victor Teixeira costumava zoar. Sou muito grata aos meus pais por acreditarem no meu potencial, e a todos os professores, orientadores, coorientadores e supervisores que tive ao longo desta caminhada, pelo conhecimento compartilhado.
Desde criança demonstrei interesse e algumas habilidades com a área de exatas. Filha de um engenheiro e uma química industrial, desde cedo gostava de brincar com os itens de trabalho da minha mãe: um kit de modelos de estruturas moleculares!
Assim que a classificação etária permitiu, ganhei meu primeiro “Laboratório do pequeno químico” e entre sangues-do-diabo, “gelecas” e mudanças de cores, fui me encantando. Me distanciei um pouco na época da adolescência e fiz meu primeiro vestibular pra direito (oi?)! Mas pouco depois ingressei no curso de Química Industrial pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), lugar de onde trago algumas das minhas melhores lembranças.
Meu primeiro contato com a catálise foi após a graduação, durante o mestrado em química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a orientação do grande Dr. Arnaldo Faro. Não foi fácil, confesso. Não conhecia quase nenhuma das técnicas de caracterização e demorei a relacionar meus conhecimentos pregressos com o trabalho no laboratório. Mas, entre TPDs, BETs, DRXs, FRXs e muitos testes, desenvolvi um olhar catalítico que nunca mais perdi. Na época, estudei catalisadores zeolíticos para hidrogenação de hidrocarbonetos aromáticos visando aumentar a cetanagem de óleo diesel. Ali nasceu não só uma M. Sc em química com ênfase em catálise, mas uma profissional da área de combustíveis.
Saindo do mestrado, em 2011, soube de uma oportunidade no Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) através do Programa de Capacitação Institucional (PCI/CNPq). A experiência requerida? Algum conhecimento de cromatografia a gás e, vejam só, combustíveis! Minha experiência na catálise oficialmente abria minha primeira porta como profissional. Dois anos depois, ingressei no INT através de concurso público onde continuo aprendendo e me desenvolvendo até hoje.
Desde o início, atuo na parte de caracterização de combustíveis e lubrificantes e passei alguns anos me decidindo sobre qual área deveria fazer meu doutorado. Percebi ao longo do tempo que toda demanda que recebia no laboratório, todo projeto novo que chegava, meu raciocínio sempre remetia à catálise. “E se a gente usar um catalisador pra melhorar a seletividade a esse biocombustível?”.
A partir daí, percebi que precisava conciliar meus dois mundos e foi quando procurei Dr. Marco Fraga, hoje meu orientador de doutorado e amigo. Propusemos um projeto para investigar o uso de catalisadores a base de nióbio para produção de bioprodutos oriundos de biomassa lignocelulósica voltados para o mercado de combustíveis (bioaditivos, biocombustíveis, biolubrificantes, etc). Que realização!
Um trajeto desafiador, não nego. Conciliar a rotina de trabalho, gestão de um laboratório, cursar disciplinas, desenvolver atividades de bancada, escrever proposta de tese, tratar resultados, defender qualificação de tese, produzir texto.... ufa! Por muitas vezes achei que não conseguiria! Que maratona!
Mas, com muita abdicação e incentivo dos grandes amigos que fiz durante o caminho, além do apoio do Marco, acho que deu certo! Escrevo esse depoimento contando um pouco da minha trajetória na catálise há 1 semana da defesa de doutorado. Quando vocês estiverem lendo este texto, acredito que o D. Sc já terá vindo e espero continuar contribuindo nessa área que muito me encanta!
Sou natural de Ubá, MG, e minha escolha pela Química se deu no Ensino Médio, quando realizei os primeiros experimentos em laboratório, e me encantei com a reação do sódio metálico com água, apresentada pelo prof. Roberto S. Barbiéri.
Em 2003, ingressei no curso de Química Bacharelado da UFV e tive maior interesse em aprofundar os conhecimentos na área de Química Inorgânica. Em 2005, sob a orientação do prof. Marcelo R. L. de Oliveira, já bolsista de iniciação científica do CNPq, trabalhei com síntese, caracterização e reatividade biológica de complexos de Zn. Em 2007, tive o meu primeiro contato com a Catálise, atuando em um projeto envolvendo reações catalisadas por ácidos para produção de biodiesel, coordenado pelo prof. Márcio José da Silva, um docente recém contratado pelo DEQ-UFV. Ainda em 2007, obtive o grau de Licenciatura em Química e fui Tutora de Química Analítica no Programa de Tutoria da UFV. Esta foi minha primeira experiência em docência, a qual me moldou profundamente e é a base da educadora que sou até hoje.
Em 2008, graduei em Bacharelado em Química e escolhi seguir a carreira acadêmica na UFMG. Por indicação do prof. Márcio José, a prof.ª Elena Vitalievna Gusevskaya aceitou me receber em seu grupo de pesquisa de Catálise Organometálica, e junto com o prof. Eduardo Nicolau dos Santos, orientaram meus trabalhos de Mestrado (2009), Doutorado (2013) e Pós-Doutorado interrompido (2013), onde atuei em projetos envolvendo a hidroformilação empregada em processos catalíticos do tipo homogêneo, tandem e bifásico, aplicados na transformação química de compostos terpenóides para a obtenção de produtos valorados.
Em 2009, tive a oportunidade de participar do 15°CBCat (Armação de Búzios, RJ), meu primeiro congresso na área, no qual conheci pesquisadores nacionais e internacionais renomados da Catálise. Minha participação neste evento levou-me a me tornar sócia efetiva da SBCat.
Após a finalização da minha formação, em 2013, ingressei como docente efetiva no DEQUI-UFOP, onde, junto com a prof.ª Kelly A. da Silva Rocha, coordeno o Laboratório de Catálise (LabCat). Neste ampliei meu escopo de atuação em pesquisa para catálise heterogênea, catálise por ácidos, reações de oxidação e hidrogenação. Nosso grupo de pesquisa apresenta como expertises o desenvolvimento de processos catalíticos, a partir de derivados biorenováveis, para obtenção de novas rotas de síntese de compostos comerciais; e obtenção de novos compostos químicos com características e propriedades físico-químicas específicas, com potencial de aplicação em química fina. Devido ao caráter inovador, econômico, ambiental e tecnológico da nossa pesquisa, possuímos a proteção intelectual de muitos dos nossos produtos e/ou processos. Atualmente, os projetos desenvolvidos pelo LabCat ocorrem em parcerias com docentes da UFOP, UFMG, USP, UFV e UFMA. Na UFOP, minha atuação em pesquisa é via orientação de alunos de graduação e do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental.
Em 2017, tive a oportunidade de integrar a Comissão Local e atuar na organização do 19°CBCat e IX Mercocat realizado em Ouro Preto, MG.
Nos anos de 2020-2021, tive a oportunidade de realizar o estágio de pós-doutorado no Laboratório de Nanomateriais e Catálise, IQ-USP/SP, sob supervisão da prof.ª Liane M. Rossi. Apesar do período pandêmico, este estágio me possibilitou aprender mais sobre síntese, caracterização e aplicação de nanomateriais em reações catalíticas, expandir minhas parcerias em pesquisa e, se configurou como uma relevante ação para minha atualização e desenvolvimento profissional.
Posso dizer que a Catálise transformou significativamente a minha vida profissional e pessoal, possibilitando a realização de sonhos e o encontro com pessoas singulares. Sou profundamente grata a todos os professores que ainda compartilham comigo seus conhecimentos e aos nossos alunos, que todos os dias contribuem para construir um pouco mais da minha história e a história do LabCat.
Minha trajetória inicia quando ingressei na Faculdade de Química da PUCRS (2002), uma universidade privada e católica. Nesta época, trabalhava no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e cursava dois cursos simultaneamente, Química Industrial e a Licenciatura Plena em Química, mas sempre soube que queria ser professora. Vale salientar que foi no IBGE onde conheci meu marido, que é um co-catalisador importante na minha vida até hoje.
Fiz os estágios da Licenciatura na mesma escola onde minha mãe lecionava e a terei sempre como inspiração na minha carreira docente. Após sair do IBGE, iniciei estágio na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) no Laboratório de Fixação Biológica do Nitrogênio. Ali trabalhei por dois anos e aproveitei para fazer o TCC da Industrial, sob orientação da Profa. Rosane Ligabue, além de participar do meu primeiro Salão de Iniciação Científica na UFRGS (2006).
Somente no final da graduação comecei na Iniciação Científica, em um projeto para formação de professores de ciências a convite da Profa. Suzana Coelho, a qual eu era monitora das disciplinas desde o início da graduação. Em seguida, iniciei em um projeto para obtenção de biocombustíveis (bioetanol a partir da casca de arroz e biodiesel a partir de óleo de fritura) testando diferentes catalisadores, sob orientação da Profa. Jeane Estela de Lima, foi quando a Catálise apareceu na minha vida acadêmica e me levou a participar do meu primeiro Congresso, sobre Bioenergia em Curitiba (2008).
Concluí a graduação (2008) e comecei a lecionar para o ensino médio na rede pública do Rio Grande do Sul, onde permaneci até ir para o doutorado sanduíche em Portugal. Ao mesmo tempo (2008), ingressei no mestrado em Engenharia e Tecnologia de Materiais sob orientação da Profa. Sandra Einloft. Foi no mestrado que comecei a trabalhar com líquidos iônicos (LIs) e o CO2, sendo minha linha de pesquisa até hoje.
No mestrado (concluído em 2010), o estudo se concentrou na solubilidade do CO2 em diferentes LIs e métodos de quantificação da absorção. Já no doutorado (concluído em 2014), fiz a imobilização de LIs em materiais mesoporosos para aplicá-los, simultaneamente, como adsorventes e catalisadores na captura e conversão de CO2. Além disso, realizei um ano de estágio sanduíche na Universidade Nova de Lisboa (UNL), que me proporcionou uma dupla-titulação (cotutela) com doutorado em Química Sustentável sob orientação do Prof. Eurico Cabrita.
A Profa. Sandra foi uma orientadora especial, a qual sou muito grata na minha formação, além disso, ela me proporcionou conhecer o Prof. Roberto Fernando de Souza, o qual a orientou durante o seu doutorado no Laboratório de Reatividade e Catálise (LRC). Com este laço estreito, o Prof. Roberto participou da banca da minha dissertação (2010) e, as profes Michèle e Katia, da banca da minha tese (2014).
Desde 2015 sou pesquisadora de pós-doutorado no LRC, Instituto de Química da UFRGS, criado pelo Prof. Roberto Fernando de Souza e a Profa. Michèle Oberson de Souza, cofundadores da Sociedade Brasileira de Catálise (SBCAT). Atualmente, a Profa. Katia Gusmão é a coordenadora do LRC e presidente da SBCAT. Me sinto muito privilegiada pelo convívio com estes professores, que tanto nos ensinaram e nos ensinam.
Entre bolsas e projetos, a catálise faz parte da minha vida, não só por ser a área de pesquisa em que atuo, mas sobretudo pelas pessoas especiais que o caminho das reações me trouxe, algumas desempenhando papéis catalisadores na minha formação, como é o caso dos(as) professores(as) que citei e dos colegas e amigos ao longo dessa trajetória.
Me alegra poder colaborar como sócia e membro da diretoria da regional sul da SBCAT desde 2019 e ajudar na formação dos alunos que compõem nosso grupo de pesquisa no LRC, incentivando para que trilhem o caminho da Catálise.
Caros catalíticos, sinto-me, sobretudo, lisonjeada por me juntar aos colegas dessa galeria, relatando um pouco de minha atuação profissional. Nasci no Rio de Janeiro e, desde pequena, passei a ser aluna do sistema público de ensino, base para minha formação acadêmica. Encantada com as aulas de química orgânica do curso técnico, optei pela graduação em Química Industrial, na Universidade Federal Fluminense - UFF, em Niterói-RJ.
Antes de me formar pela UFF, fui admitida em 1985, como Técnica em Química, no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da PETROBRAS - CENPES, na então recém-criada Divisão de Catalisadores - DICAT. Passei a atuar no desenvolvimento de catalisadores aplicados ao hidrorrefino, no grupo coordenado pelo nosso querido colega Arnaldo da Costa Faro Jr. Foi nessa época que tive os primeiros contatos com a pesquisa em catálise, passando a interagir com a Comunidade de Catálise, fazendo parte da assembleia de criação da Sociedade Brasileira de Catálise.
Em 1987, via concurso interno, assumi o cargo de Química de Petróleo, permanecendo no grupo de catalisadores de hidrorrefino, e iniciei um mestrado no Departamento de Química Orgânica - IQ da UFRJ. Em 1990, fiz a defesa da tese desenvolvida sob a orientação do Professor Warner Bruce Kover e coorientação do Arnaldo Faro Jr.
Em 1993, por meio da FAPERJ, realizei um estágio no grupo dos renomados pesquisadores Bernard Delmont e Paul Grange, na Universithé Catholique de Louvain la Neuve, Bélgica, aprendendo técnicas espectroscópicas de caracterização de catalisadores de hidrorrefino.
Em 1994, retornei para um período complementar, à época, financiado pela PETROBRAS, para trazer para o CENPES as técnicas de caracterização in-situ de catalisadores sulfetados. O trabalho realizado nesses estágios passou depois a compor uma Tese de Doutorado do IQ-UFRJ, sob a orientação do Arnaldo Faro Jr e Paul Grange, defendida em 1999. Durante e após o doutoramento, foram vários os projetos em catálise realizados no CENPES e em parcerias com diferentes instituições e universidades.
Em 2004, diante das novas descobertas de gás natural pela PETROBRAS, passei a integrar a Célula GTL, coordenada pelo querido colega Eduardo Falabella Souza Aguiar, grupo criado no CENPES para desenvolver uma tecnologia própria em Gas-to-liquids. Em 2008, fui convidada para trabalhar na recém-criada Gerência de Tecnologias de Processamento de Gás Natural, na Área de Negócios da PETROBRAS, responsável por nortear os investimentos em novos projetos, fomentando programas de financiamento de pesquisas nas instituições brasileiras, voltados para a monetização de reservas de gás natural.
Em 2011, fui convidada a trabalhar na Universidade Petrobras, no treinamento dos profissionais da empresa, bem como na formação de empregados recém-admitidos na PETROBRAS, onde tive, também, a oportunidade de ministrar cursos relacionados a diferentes processos catalíticos. Lá permaneci até 2014, quando aceitei o convite da Área de Negócios em Refino e Gás Natural, voltando a interagir com instituições e universidades envolvidas com pesquisas nesses temas. Em 2017, fui agraciada com o prêmio Prata da Casa da UFF, oferecido aos ex-alunos que se destacam em suas áreas de atuação.
Antes de aderir ao Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), em 2021, e, em razão da reestruturação da Universidade Petrobras, que teve suas diferentes escolas (Refino, Exploração, Meio ambiente, etc) absorvidas pelas respectivas Áreas de Negócios, contribuí novamente na criação de novos cursos de formação, bem como na reformatação de outros pré-existentes, para a modalidade de Ensino a Distância - EAD.
Sigo atuando como Consultora Independente e posso afirmar que, ainda que eu tenha trabalhado notadamente em projetos voltados para as necessidades da PETROBRAS, a interação com nossos Colegas Catalíticos, cujos nomes não se restringem aos aqui citados, foi uma das maiores riquezas que experienciei durante esses anos, de modo que o agradecimento pelo convívio com todos se faz imprescindível.
Almejo, por fim, que esse breve relato sobre a minha trajetória profissional, a qual foi integralmente permeada pela Catálise, possa vir a incentivar novos pesquisadores.