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Iniciei o curso de Engenharia Química na Escola de Química da UFRJ, em 1983. A trajetória do curso marcou na minha formação a importância do correto uso dos conhecimentos da Química tanto na área industrial, atividade essencial da Engenharia Química, quanto o seu impacto nas diversas atividades da sociedade. No curso de Cinética Homogênea e Cálculo de Reatores, as aulas dos professores Martin Schmal e José Luiz Monteiro despertaram o meu interesse pela Catálise. Durante suas aulas, o Prof. Martin Schmal nos chamava a atenção para a relevância do conhecimento deste assunto nas atividades industriais, fato que confirmei durante estágio na Petrobrás Química S.A. Decidi então cursar a disciplina optativa Catálise Heterogênea, com o próprio Prof. Martin Schmal e o Prof. Eduardo Fallabela Souza-Aguiar, entusiastas do crescimento da Catálise Heterogênea no Brasil e da necessidade de formação de pessoal especializado na época.
Ao final do curso de Engenharia Química, fui aprovado em dois concursos públicos. Um para a Marinha do Brasil, e outro para o curso de formação de pesquisadores na área petroquímica (CEPESQ), de diversas empresas ligadas à Petrobrás Química S.A. Mas preferi iniciar o curso de mestrado na COPPE/UFRJ em 1988 e fui realizar a minha tese (como ainda se chamava) de mestrado sob orientação dos professores Martin Schmal e Roger Frety. A pesquisa era de interesse da DETEN Química S.A., até hoje principal fabricante de LAB no Brasil, tendo sido uma rica experiência sobre as vantagens e as dificuldades da colaboração universidade-empresa.
Destes tempos, aprendi a valorizar a qualidade das publicações científicas e o esforço para gerar resultados de nível internacional. Reconheço o incentivo do Prof. Schmal, a liberdade acadêmica que ele propiciava aos alunos no laboratório, deixando que fossem criativos e desenvolvessem a independência e iniciativa tão necessárias para um pesquisador. Em 1989, graças a um incentivo da Prof. Rosenir Rita de Cássia Moreira da Silva, aluna de doutorado, mas já professora do Departamento de Engenharia Química da UFF e, me inscrevi e fui aprovado num concurso para Professor Auxiliar para a área de Fenômenos de Transporte, Cinética e Termodinâmica na UFF. Tomei posse em 31 de dezembro de 1989, iniciando a minha carreira docente.
Para me desenvolver na carreira acadêmica estava claro que deveria continuar os meus estudos de pós-graduação e iniciar o doutorado na COPPE. Na fase inicial do doutorado se iniciou a colaboração com o Prof. Donato Aranda que iniciava a parte experimental do seu mestrado, e com o Prof. Henrique Saitovitch do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Em 1993, fui realizar doutorado sanduíche com o Prof. Albert Vannice da Pennsylvania State University, ótima experiência profissional e pessoal, consolidando a influência da escola de Michel Boudart em minha visão sobre a Catálise Heterogênea. De volta ao Brasil, após a defesa de doutorado, me dediquei a estabelecer o Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise (RECAT) na UFF, Desde então, já orientei 49 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado, além de 14 estágios de pós-doutorado e dezenas de alunos de graduação, tendo recebido alunos de várias partes do Brasil e da Alemanha, Colômbia, Peru, Portugal e Venezuela. Agradeço a todos os alunos, o aprendizado foi mútuo.
O sucesso do grupo se deveu à qualidade desses alunos, às diversas colaborações com grupos do Brasil e do exterior e ao apoio das instituições de fomento e de empresas como a PETROBRAS que financiam as pesquisas do grupo. Recebi, em 2000, o Young Investigator Award da IACS, Prêmio Pesquisador em Catálise da SBCAT em 2005. Fui Presidente do 15o CBCAT em 2005. Acredito ser importante contribuir para o desenvolvimento institucional da Universidade e exerci os cargos de Chefe de Departamento, Pró-Reitor de Extensão, Diretor da Escola de Engenharia e exerço atualmente o cargo de Vice-Reitor da UFF. Os desafios da Catálise no país continuam, em especial o de se realizar pesquisa de alto nível, competitiva internacionalmente e de relevância para o desenvolvimento do Brasil.
Ao longo da minha trajetória profissional, como docente e pesquisadora na área de catálise, as oportunidades e as interações com diferentes profissionais foram decisivas na definição dos rumos que viria a seguir.
Ao concluir o curso de engenharia química, optei pela vida acadêmica, ingressando como docente no Departamento de Físico-Química/UFBA e no mestrado em química inorgânica, durante o qual despertei o interesse pela pesquisa. Como orientadora, a prof. Adelaide Viveiros transmitia não apenas conhecimentos em química de coordenação, mas também exemplos de seriedade, competência e postura ética e profissional.
Após a conclusão do mestrado, participei do “Curso de Especialização em Cinética e Catálise”, patrocinado pelo Polo Petroquímico de Camaçari/Ba, durante o qual convivi com destacados pesquisadores, especialistas em catálise, de várias partes do mundo. Essa experiência me despertou a paixão pela pesquisa em catálise e o desejo de realizar o doutorado na UNICAMP, sob a orientação do prof. Fernando Galembeck. Nesse grupo, encontrei um ambiente acolhedor e extremamente favorável ao desenvolvimento de pesquisas científicas aplicadas, de alto nível, que me permitiram a aquisição de novos conhecimentos e a consolidação dos princípios da pesquisa científica ética e profissional.
Ao retornar à UFBA, busquei empregar essa experiência no curso de pós-graduação, ministrando aulas e orientando alunos. Esses planos foram concretizados graças ao apoio e incentivo dos profs. Jailson Bittencourt de Andrade (na época coordenador do Programa de Pós-graduação em Química) e Celso Spínola, que me inseriram no universo da política científica e acadêmica e dos mecanismos de captação e gerenciamento de recursos. Essa experiência foi essencial no exercício de atividades acadêmicas/administrativas, que iria exercer mais tarde, proporcionadas pelos diretores Dirceu Martins e Maria de Lourdes Trino. Na época, o estágio de pós-doutorado no INCAPE (Argentina), sob a supervisão dos profs. José Parera e Nora Fígoli, foi fundamental para a aquisição e consolidação dos conhecimentos práticos de catálise.
A interação com várias empresas, especialmente a FAFEN/Ba, CENPES/PETROBRAS e OXITENO/Mauá, permitiu a realização de vários trabalhos tecnológicos, resultando na obtenção de um catalisador industrial para a geração e purificação de hidrogênio. Ao longo dos anos, foram realizados trabalhos com outras empresas, destacando-se a BRASKEM, com qual foram desenvolvidos catalisadores para processos petroquímicos e remediação ambiental. Nessas interações, a contribuição e o apoio recebidos por Roberto Carlos Bittencourt (PETROBRAS), Valéria Vicentini (OXITENO), Luis Pontes (COPENE) e Jaildes Britto (COPENE/BRASKEM) foram determinantes para o avanço da nossa infraestrutura laboratorial e da qualidade dos nossos trabalhos.
Foram, também, realizados trabalhos em cooperação com grupos nacionais e internacionais e outras atividades de extensão (cursos, palestras e workshops), bem como reuniões de redes de pesquisa sul-americanas, visando a complementar a formação dos alunos, pelo convívio com outros profissionais da área de catálise. Esses eventos e as publicações científicas foram, também, mecanismos de estímulo aos alunos e jovens pesquisadores, especialmente da região Nordeste.
Dentre as realizações da minha trajetória científica, considero a formação profissional de alunos de graduação e pós-graduação como a mais gratificante. Muitos deles ascenderam sócio e economicamente, melhorando suas vidas e de seus familiares, através dos conhecimentos adquiridos.
Atualmente, vivencio o início de uma nova fase, em que atuo como docente e pesquisadora no cargo de Professor Titular-Livre do Departamento de Química Inorgânica/UFRGS. Nesse momento, permanece o mesmo objetivo de contribuir para a formação de jovens estudantes e para o desenvolvimento científico e tecnológico do País.
Deixo registrado, aqui, os meus agradecimentos a todos que fizeram parte da minha trajetória profissional e que, direta ou indiretamente, participaram das minhas realizações.
Depois de ler uma série de relatos de professores e pesquisadores que construíram a SBCat, fico lisonjeado em poder contar um pouco de minha trajetória. E como toda experiência é uma experiência pessoal, vou aqui contar brevemente a minha. A minha biografia começa no interior do Estado de São Paulo, na cidade de Itu, em setembro de 1980. Eu não pensava em ser professor, mas sempre fui fascinado pela ciência, e me lembro deslumbrado em tentar fazer experiências, misturando produtos que estavam disponíveis em casa, sem muito sucesso na empreitada. Sempre estudei em escola pública e felizmente, no ensino médio, fui para uma escola particular, quando tive contato com pesquisa nas aulas de laboratório de física, biologia e química. Conheci as vidrarias, pequenos equipamentos e microscópios. Era o momento em que sentia uma grande satisfação ao compreender algo novo. O caminho para minha carreira começou aí. Em 1997, os professores do colégio nos levaram para conhecer a UNICAMP em Campinas, e ao visitar o departamento de engenharia química, decidi que essa seria a minha profissão. Na época, quem nos apresentou o curso foi o então coordenador Prof. Antonio J. G. Cobo, que eu descobriria alguns anos depois, atuava na catálise. Atribuo a minha escolha, sem hesitação, aos meus professores de química, física e matemática.
Quando iniciei a graduação em 1998 na UFSCar, fui orientado pela Profa. Margarida de Moraes do departamento de Química e, em seguida, pelo Prof. Ernesto Urquieta-González, da Engenharia Química. Com esses dois professores tive o primeiro contato com a catálise. Passei praticamente todo o curso em atividade de iniciação científica e ao terminar pude atuar em um projeto em colaboração com a Oxiteno, coordenado pela Valeria Vicentini e o Prof. Dilson Cardoso, que viria a ser o meu orientador do doutorado. Foi um período muito empolgante, pois vivenciei, mesmo que por raro tempo, a pesquisa na indústria química. No doutorado, estive por pouco mais de um ano na RWTH na Alemanha, no grupo do Prof. Wolfgang F. Hölderich. Fui pelo programa do DAAD, que além de fomentar a mobilidade acadêmica, organiza encontros com seus estudantes. Lembro-me até hoje de assistir a uma palestra de um prêmio Nobel na cidade de Bonn e, na plateia, estudantes de diversos países financiados pelo DAAD. A palestra foi sobre catálise enzimática.
Em 2009 tornei-me professor em Araraquara no Instituto de Química da UNESP (IQ) e lá encontrei um ambiente bastante saudável cientificamente para desenvolver a minha pesquisa, que trata do estudo de sólidos porosos para a conversão catalítica de precursores renováveis. Além da pesquisa, atualmente também dou aulas de cálculo de reatores e operações unitárias. Não encontrei apenas bons laboratórios, mas também estudantes empolgados e que aceitaram em criar comigo o Grupo de Pesquisa em Catálise (www.gpcat.com.br). No IQ, não tínhamos um grupo de catálise heterogênea, e em 2010 aprovamos um projeto que permitiu a constituição de um grupo para pesquisa da forma que gostaríamos.
Com relação à SBCat, em 2010 organizamos o X Encontro Regional de Catálise em Araraquara e de 2013 a 2015 fui coordenador da Regional 3. Em 2009, o Prof. Dilson e eu tivemos o grande prazer de receber o prêmio Tese de Doutorado em Catálise. E, em outras duas edições do prêmio, dois estudantes do GPCat também foram premiados, o Luiz Gustavo Possato (2017) e o Luiz Henrique Vieira (2019), ambos na foto acima.
A catálise sempre foi uma linha de pesquisa ao mesmo tempo empolgante e desafiadora por envolver conceitos transversais. O desenvolvimento tecnológico atual a tornou cara e, infelizmente, coincide com o que é talvez um dos períodos mais desafortunados para a história da ciência mundial por causa dos diversos cortes. Amo ser professor e pesquisador e sinto-me no desafio de motivar os estudantes que estão vindo, em uma retribuição de tudo que meus professores fizeram por mim.
Escrevermos sobre nós mesmos é uma tarefa ardilosa, pois ou caímos na armadilha da humildade excessiva ou na armadilha de fingirmos que alguém fala sobre nós. Enfim, tentarei não cair em nenhuma das duas. Minhas atividades na área de catálise começaram com o meu estágio no Instituto Nacional de Tecnologia, INT, no Rio de Janeiro, em 1988, sob orientação de Lúcia Appel e Caetano Moraes. Na ocasião, participar da montagem de unidades e preparo de catalisadores foi fundamental para adquirir o gosto pela área, me levando a participar de meu primeiro Seminário de Catálise do IBP no ano seguinte.
Uma vez formado em Engenharia Química na UFRJ, fui para o mestrado na UFSCar (em 1990), por indicação do querido Caetano Moraes. O trabalho foi desenvolvido em parceria com a Fábrica Carioca de Catalisadores SA, que criou um grande projeto, em parceria com programas de pós-graduação, de formação de recursos humanos na área de catálise, particularmente no estudo de zeólitas. A indicação da UFSCar nessa parceria foi do querido professor Eduardo Falabella e minha dissertação teve a orientação do Professor Dilson Cardoso e do saudoso Jorge Gusmão da Silva, então pesquisador da FCC.
Ao retornar ao Rio de Janeiro, comecei meu doutorado na Coppe/UFRJ, sob orientação do Professor José Luiz Fontes Monteiro e do pesquisador do Cenpes Yiu Lau Lam, também vinculado a um projeto da FCC. Em 1995 tornei-me professor da Escola de Química da UFRJ e, devido a várias atividades assumidas, tranquei a matrícula no Programa de Engenharia Química (PEQ) da Coppe. Ao retomar o meu doutoramento, agora não mais vinculado a projeto da FCC, tive a coorientação do meu querido e saudoso amigo professor Victor Teixeira.
Ao longo desses mais de 30 anos, participei de todos os Seminários/Congressos e dos Iberos organizados no Brasil, ocorridos desde então, além da organização de vários eventos da área, tendo uma grande atuação nas discussões para a transformação de Seminário em Congresso e depois na criação de nossa SBCat, sendo um dos primeiros associados (inscrição número 18).
Mesmo não sendo um pesquisador de destaque na área, acredito que sempre colaborei, e continuarei colaborando, para a consolidação da nossa Sociedade e para a formação de novos membros, sejam eles da área acadêmica ou do meio industrial.
Nasci em Resende, no interior do Rio de Janeiro, em uma família simples que, até então, tinha pouco acesso à educação formal. Os primeiros anos não foram fáceis, mas sem dúvida foram alegres e forjaram os valores que me orientam até hoje.
Devido ao grande esforço de minha mãe, D. Marlene Fraga, pude frequentar a escola desde muito cedo. ‘O estudo é o único caminho para um futuro melhor’, dizia ela repetidamente. Trilhando esse caminho, em 1989 me tornei o primeiro de minha família a chegar ao ensino superior. Muito jovem, com apenas 16 anos, deixei minha cidade para fazer Engenharia Química. Lá ia eu para Lorena com minha mochila nas costas e muitos sonhos na cabeça. Aqueles cinco anos foram incríveis!
Nos dois últimos anos de graduação ingressei no programa de estágio das Indústrias Químicas Resende, na época, uma joint-venture entre a Ciba-Geigy e a Sandoz, que mais tarde se fundiram na Novartis. Nesse tempo aprendi muito sobre os processos químicos industriais envolvidos na produção de fármacos. Foi ali vi que muitos processos eram catalíticos, que o papel dos catalisadores era fundamental. Ao término do estágio e com a proximidade da formatura, já sabia que o que me seduzia eram as perguntas. O sonho da infância de ser um cientista era mais forte e eu sabia que precisava seguir em frente.
Cheguei em Campinas em 1994 determinado a estudar Catálise. No departamento da Faculdade de Engenharia Química, no entanto, nem todos os professores podiam oferecer temas de dissertação em todos os períodos. Era preciso aguardar o fim do primeiro período para então saber quais seriam as possibilidades de projeto e orientação. Para minha felicidade, a profa. Elizabete Jordão ofereceu um tema naquele ano, envolvendo o desenvolvimento de catalisadores para produção de álcoois superiores e me empenhei muito para ser o selecionado para o projeto. Iniciava minha caminhada na Catálise no Laboratório de Desenvolvimento de Processos Catalíticos da UNICAMP.
Seguindo para o doutorado em 1996, quis estudar processos com moléculas mais complexas, mais próximas àquelas transformações que tive contato durante o estágio de graduação. Com o apoio da Bete, e agora em parceria com o saudoso prof. Mário Mendes, discutimos os catalisadores e suas formulações. Usar carvão ativado nos parecia um bom caminho, principalmente pela possibilidade de modificações em sua superfície. Por incentivo e articulação do prof. Mendes, fui para um estágio doutoral no Laboratório de Catálise e Materiais da Universidade do Porto em Portugal sob a supervisão do prof. José Luís Figueiredo. Lá tudo o que se fazia dizia respeito a materiais de carbono: carvão ativado, fibras, filamentos e, já então, nanotubos. Naquela ocasião, o grupo se empenhava em entender a superfície de carvões e pude assistir aos passos que levaram à proposição de metodologias onde os grupos oxigenados podiam agora ser descritos de forma assertiva. Que sorte a minha estar ali naquele período! Meus colegas de laboratório eram fantásticos! Um comprometimento e uma generosidade que me servem de exemplo até hoje. Felizmente o tempo permitiu que a amizade seguisse firme e se fortalecesse ao longo de todos esses anos, me dando o prazer de termos ainda parcerias de trabalho.
Com a proximidade do término do doutorado, já de volta ao Brasil, li um e-mail enviado pela lista da RBCat sobre uma oportunidade para recém-doutores no Rio de Janeiro. Enviei minha candidatura e, semanas depois, seguia para o Rio para uma entrevista. Foi nesse dia que entrei pela primeira vez no Instituto Nacional de Tecnologia – INT. E nem conhecer o Rio eu conhecia, acreditem!
Em maio de 2000 iniciei em um projeto de pesquisa no INT sob supervisão da Dra. Lucia Appel. Era o começo de um período mais promissor de investimentos no país com os fundos setoriais. Dois anos depois, fui admitido como pesquisador após concurso público e no INT venho construindo minha carreira. Ao entrar, assumi a chefia do Laboratório de Catálise, permanecendo nessa função até 2008. Esse foi um período de grandes transformações no laboratório. Com um robusto financiamento da FINEP, capitaneado pelos colegas mais seniores do grupo, pudemos fazer uma importante reforma no laboratório e adquirir novos equipamentos, colocando o grupo de Catálise do INT em um patamar de excelência internacional. Em 2008 assumi a chefia da Divisão de Catálise e Processos Químicos, cargo que exerci até 2017. Nesse período, trabalhamos intensamente em projetos apoiados pelos fundos setoriais e pelas Redes Temáticas da Petrobras, fundamentais para a consolidação da Catálise no Brasil na entrada do século 21. Através dessa atuação nas Redes Temáticas, coordenei vários projetos de P&D e de infraestrutura que permitiram realizar uma nova reforma no Laboratório de Catálise, ampliando sua área física e infraestrutura instrumental. Ainda com recursos das Redes, fui responsável pela expansão da atuação do INT em Catálise criando o Laboratório de Catálise Combinatorial em 2009, com foco em experimentação highthroughput. Em 2017 fui convidado pelo então diretor do INT, prof. Fernando Rizzo, a ocupar a Coordenação de Tecnologias Aplicadas do Instituto, compondo sua diretoria até o término de seu mandato recentemente neste 2020.
Enquanto tudo isso acontecia no INT, fui supervisor da Regional 2 da SBCat por dois mandatos consecutivos, ocupando a função entre 2011 e 2015. Em 2013 fui convidado a ingressar como professor permanente do Programa de Pós-graduação da Seção de Engenharia Química do Instituto Militar de Engenharia – IME, onde oriento estudantes de mestrado e doutorado.
Entre 2014 e 2017 fui professor visitante da Faculdade de Ciências Químicas da Universidade de Concepción no Chile. No biênio seguinte, em 2018/2019, fiquei como professor visitante na Unidade de Catálise e Química do Estado Sólido da Universidade de Lille na França. Ainda mantenho produtivas parcerias com aqueles grupos no Chile e na França, além de colaborações com colegas no Georgia Institute of Technology (EUA) e na Universidade de Manchester (Inglaterra).
Há anos tenho focado meu trabalho em processos de conversão de biomassa, com particular interesse para as transformações em fase aquosa (Aqueous Phase Processing) explorando novas estratégias de processo e novas arquiteturas de catalisadores heterogêneos. para obtenção de aditivos e bioprodutos.
Sou bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 2008, e em 2019 fui agraciado com a distinção Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ.
Minha caminhada ainda segue e, espero, por muitos anos.
É, D. Marlene, parece que está dando certo! Como sempre, foi bom ter te ouvido.