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Minha história começa no interior do Piauí. Nasci em Picos-PI e passei a infância em uma pequena cidade vizinha a que nasci, Itainópolis, onde cursei todo o Ensino Fundamental. Em 1992, parti para Brasília para cursar o Ensino Médio. Com excelentes professores, boa estrutura física e pedagógica, o Centro Educacional Gisno me possibilitou uma formação ampla e sólida nos três anos que lá estudei (1992 a 1994). Foi neste período, que comecei a me interessar por Biologia, Física e Química (sem distinção de preferência até então).
Não tendo consigo êxito no vestibular para ingressar para a faculdade de medicina da UnB, retornei ao Piauí e passei a residir em sua capital, Teresina, no início de 1996. Neste ano, a UFPI lançou um vestibular extra, com as vagas não preenchidas no certame normal. Por conta disso, não havia ofertas para todos os cursos; e, dentre os ofertados, o que chamou minha atenção foi o de Licenciatura Plena em Química. Tendo obtido êxito no vestibular, ingressei no referido curso em agosto do mesmo ano. No entanto, por ter passado concomitantemente no concurso do IBGE para trabalhar no censo populacional e agropecuário, como Agente Censitário Supervisor, assim como pelo sonho de cursar medicina, terminei trancando o curso. Com mais um insucesso na tentativa de ingressar para o sonhado curso, resolvi retomar minha matrícula no curso de Química em 1997.
Desde o início do curso fiz iniciação científica. O primeiro projeto PIBIC teve orientação do Prof. Dr .Francisco Carlos Marques da Silva e os três outros, do Prof. Dr. José Machado Moita Neto, que também orientou a minha dissertação de mestrado (2001-2003), desenvolvida na área de adsorção.
Dois meses depois de iniciar o curso de Química, comecei a ministrar aulas (monitoria) de Biologia, Física, Matemática e Química em um colégio da rede privada de Teresina-PI. Nos dez anos seguintes, ministrei aulas de Química em boa parte das escolas privadas da cidade, fui professor substituto do Departamento de Química da UFPI (2003-2004), professor da SEDUC-PI (2003) e ingressei na carreira do magistério superior da Universidade Estadual do Piauí - UESPI (2004). Já como professor efetivo da UESPI, em 2007, resolvi realizar doutorado. Ingressei em um Doutorado Interinstitucional ofertado pelo PG em Ciências e Engenharia de Materiais da UFRN ao IFPI. Depois de ter cursado todas as disciplinas e ter conversado com o Prof. Dr. Valter José Fernandes Júnior para me orientar, resolvi fazer a seleção para o PPGQ da UFRN. Aprovado, pedi demissão das escolas privadas, solicitei dedicação exclusiva na Universidade e me mudei para Natal-RN. Desta forma, somente em agosto de 2007 minha história na catálise começa.A minha tese de doutorado teve como objetivo a conversão de óleos vegetais em diesel verde por craqueamento termocatalítico sobre LaSBA-15 e foi desenvolvida entre 2007 e 2010 no Laboratório de Catálise e Petroquímica - LCP da UFRN, coordenado pelos Professores doutores Antônio Souza de Araújo e Valter José Fernandes Júnior. Neste período, participei da execução de alguns outros projetos de pesquisa e construí boas amizades (Anne Gabriella Santos, Vinícius Caldeira, Edjane Buriti, Stevie Lima, Solange Quintella, Kesia Castro, Marcela Barbosa, Marcílio Pelicano, Taisa Cristina, Ricardo Oliveira, Luzia Patrícia, Ana Melo, João Paulo, Amanda Gondim). Também neste período, participei do meu primeiro ENCAT, Salvador (2008), onde pude constatar a integração e amizade entre os catalíticos da Regional 1. Tive a mesma percepção no primeiro CBCat que participei (Campos do Jordão, 2011), comprovando, para mim, serem características da própria SBCat.
Atualmente, sou professor Associado II da UESPI, onde estou coordenando do PPGQ e já fui Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação e Pró-reitor de Administração. Junto com a Profa. Anne Gabriella (UERN) aceitei o grande desafio de coordenar a Regional 1 da SBCat (2019-2021).
Na UESPI, junto com os professores Reginaldo da Silva Santos e Laécio Santos Cavalcante, coordeno o Grupo de Estudos em Energias Renováveis & Tecnologias em Catálise - GreenTec, que conta com alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado e desenvolve pesquisas com óxidos semicondutores, em pó e filme, com aplicações fotocatalíticas (degradação de macromoléculas poluentes, inativação de microrganismos patogênicos e geração de hidrogênio) e com peneiras moleculares mesoporosas modificadas para aplicação na síntese de biocombustíveis.
Escrever sobre si mesmo é a arte de não escrever demais, para não ficar enfadonho, nem de menos, para não esquecer de pessoas e fatos. Vamos lá. Sou carioca, nascido em março de 1969, filho de pai bancário, mãe dona de casa e um irmão mais novo. Nada que lembre química, engenharia química, ou, muito menos, catálise. Assim, minha inspiração para a área de química se iniciou na infância, brincando com os kits de Pequeno Químico que meu pai comprava. Também gostava de eletricidade em função do hobby de meu pai. Assim, logo depois de acabar com todas as soluções do Pequeno Químico, comecei a fazer experiências em Ueletrólise, quase ateando fogo em casa. Ou seja, química e eletrônica eram carreiras que estavam no radar.
Acabei entrando para o curso técnico em química na Escola Técnica Federal de Química/RJ. Desde as primeiras aulas de Química Geral Experimental I, percebi que aquele ambiente me agradava por me lembrar das brincadeiras da infância. Inesquecíveis professores de lá: Nabuco, Marcheson, Jussara Paixão, Marco Antônio, Reinaldo, José Luis e Falcon.
Em 1987, entrei para a Escola de Química/UFRJ para cursar Engenharia Química. Mas, ainda faltava o estágio da Escola Técnica que fiz no primeiro semestre daquele ano, no LADEQ/UFRJ sob orientação da Profa. Belkis Valdman. No estágio, entre as atividades que fazia, auxiliando uma tese de doutorado sobre fermentação alcoólica de melaço de cana com Saccharomyces cerevisiae, ia visitar uma sala ao lado da minha, com uns cromatógrafos. Lá, entre outras pessoas, trabalhava um rapaz com sotaque esquisito. Descobri que era um laboratório do NUCAT e depois soube que o rapaz era o Prof. Victor Teixeira da Silva fazendo parte de sua pós-graduação. Na graduação, também tive alguns professores marcantes, tanto no ciclo básico, como Roberto Faria e Gerson, quanto no profissional, como Vicente Gentil, Martin Schmal e José Luiz Monteiro.
Em 1992, me inscrevi no mestrado no Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ. Fui procurar o Prof. Carlos Russo, que me ofereceu uma dissertação envolvendo a estação de esgoto da Penha, e o Prof. Martin Schmal, que me sugeriu conversar com a Profa Lídia Chaloub Dieguez. Feliz sugestão aquela! Fui orientado da Profa. Lídia por quase 10 anos entre mestrado, doutorado e projeto. Reputo à Profa. Lídia grande parte da minha formação como pesquisador, não apenas pela orientação acadêmica, mas também pela amizade, apoio, incentivo e dedicação. É minha madrinha na catálise e madrinha de casamento.
O mestrado foi sobre sistemas Pd/Al2O3 para catálise automotiva. Como não fiz iniciação científica em catálise, quem me ensinou a preparar meu primeiro catalisador foi o Robson Monteiro. Somente quem conviveu no porão do Bl H do Centro de Tecnologia da UFRJ onde ficavam os laboratórios nas salas 3 e 13, lembra das centopeias que circulavam pelos corredores. Mesmo assim, ciência muito boa se fazia ali num ótimo ambiente entre as pessoas. Aprendi muito com eles e com os técnicos do NUCAT, em especial, Ayr, Macarrão, Célio, Sidnei, Carlos André, Leila, Marcos Anacleto e Ricardo.
No doutorado, estudei catalisadores Cr/SiO2 tipo Philips para polimerização de etileno. O que motivou essa mudança de sistema e de reação, foi a minha participação, a convite da Profa. Lídia, num projeto da FINEP com a então OPP Petroquímica S.A. (atual Braskem S.A.), de Triunfo/RS. O projeto permitiu uma primeira visita ao Centro de Tecnologia da OPP em Triunfo/RS e o intercâmbio com seus pesquisadores. A partir deste projeto, iniciei minha experiência na orientação de alunos de iniciação científica e de pós-graduação, sempre sob a supervisão da Profa. Lídia. Tentei aprender com ela a ver quem tem o brilho nos olhos dentre os interessados em trilhar a carreira acadêmica. Geralmente, funciona! Até hoje, tenho tido muita satisfação de poder contribuir na carreira de vários alunos de graduação, mestrado e doutorado através da minha orientação compartilhada com professores da UERJ, UFF, UFRJ e IME.
Depois do doutorado, voltei à EQ/UFRJ, participando de um projeto da FINEP com a então COPENE S.A. (atual Braskem S.A.) com uma bolsa de pós-doc, a convite da Profa. Dra. Mônica Antunes.
Participei de todos os CBCATs desde 1995 e boa parte dos CICATs também. Mas, os mais marcantes para mim, foram os primeiros: o 8º. CBCAT em 1995 (que, nessa época era Seminário), e o 16º. CICAT em Cartagena de Índias na Colômbia (que, na época era Simpósio). Também fui a dois ICCs em Seul (2008) e Munique (2012). Em 2015, o Prof. Claudio Mota me convidou para participar da chapa que iria concorrer a Regional 2 da SBCAT junto com os colegas José Luiz Zotin, Maria Auxiliadora Baldanza, Alexandre Leitão e Cristiane Henriques. Foram dois períodos (2015/2017 e 2017/2019) muito produtivos, incluindo a retomada do ERCAT em 2018. Para o período de 2019/2021 formamos chapa com a “saída” da Dora, que foi para a Direção Nacional, e do Claudio, mas com a entrada do Prof. Fabio Toniolo. Apesar da pandemia COVID-19, mantivemos a atividade com dois minicursos com as Dras. Sonia Menezes Cristiane Rodela. Também realizamos o 4º. ERCAT. Todos virtuais. Coloquei a “saída” da Dora entre aspas porque ela segue tão ativa como nunca colaborando das atividades da Regional 2.
Entrei para o Instituto Nacional de Tecnologia no concurso de 2004 como tecnologista na área de Catálise onde desenvolvo meus trabalhos num espectro bem amplo no desenvolvimento de catalisadores para reações com aromáticos, glicerol, fotocatálise, entre outros. Fui Chefe do Laboratório de Catálise do INT por quase 10 anos e da Divisão de Catálise por pouco mais de 2 anos. Desde o início, tenho participado de projetos com todos os colegas do LACAT, em especial com a Dra. Lucia Appel em alcoolquímica. Destaco minha participação em projetos com a Lucia Appel e o Marco Fraga que permitiram obter o Prêmio Inventor da Petrobras por 3 anos seguidos (2011, 2012 e 2013). Sou bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq nível 2 desde 2013
Enfim, nos lugares onde estive, COPPE, EQ, OPP/Braskem e INT sempre procurei aprender bastante, colaborar com os colegas e ajudar os orientados. Boa vontade para encarar os desafios e dedicação para tentar fazer tudo da melhor forma possível. Mas, não se faz nada disso sem orientação divina e apoio da família.
Inicio lembrando de uma conversa que tive com Sibele, no qual relatávamos que era mais fácil falar de zeólitas do que de nós mesmas. No meu caso a dificuldade aumentou de forma significativa ao ler o relato de tantos colegas pesquisadores da SBCat que me inspiram e me motivam.
Nasci em Martins, Serra do interior do Rio Grande do Norte. Fiz todo o ensino básico em escola pública. Em 2004 ingressei no curso de Química da UERN e por dificuldades financeiras morei o período de graduação em uma residência universitária, sendo esse um dos períodos em que mais aprendi em minha vida, tanto cientificamente como também socialmente. Vivi intensamente minha graduação, participei de projetos e monitorias. Fiz iniciação científica com o prof. Luiz Di Souza, mais voltado para parte de produção de biocombustíveis. Não tive contato com a pesquisa em catálise na graduação, pois na UERN não tinha grupos de pesquisa nessa área. Com o término da graduação tive a certeza que queria seguir a carreira acadêmica, o fato de unir ensino, pesquisa e extensão e poder contribuir na formação de pessoas me encantou e encanta até hoje.
Em 2008 fui fazer mestrado em química na UFRN, não conhecia nenhum professor de lá e sai literalmente batendo nas portas. Foi quando tive contato com o prof. Antônio Araújo, que me aceitou como orientanda e a coorientação de Luiz, sendo que de início não seria para trabalhar com catálise e sim continuar na parte de biocombustíveis avaliando a estabilidade oxidativa. Mas foi nesta etapa que tive o primeiro contato com pesquisas da área de catálise, passava o dia todo na Universidade e isso me fez acompanhar trabalhos de amigos e parceiros do Laboratório de Catálise e Petroquímica, parcerias essas que perduram até os dias atuais. Iniciei a participação em eventos de catálise e fui me encantando e me apaixonando por essa área de pesquisa. Nestes eventos pude conhecer muitos pesquisadores e em especial mulheres que me inspiraram e motivaram com suas pesquisas e trajetórias. Foi nessa época que conheci Vinícius, parceiro do meu primeiro artigo científico internacional, brincamos que a escrita desse artigo teve 100 % de aproveitamento, pois nos rendeu também um namoro, posterior casamento e uma grande parceria científica.
Em 2010 ingressei no doutorado em química na UFRN, com os mesmos orientadores do mestrado, aprofundando os estudos na catálise me dediquei a síntese de materiais mesoporosos com inserção de metais. Nessa época conheci Sibele, Katia, Geraldo Eduardo e muitos outros que são presentes que a catálise me deu. Tive a oportunidade de fazer medidas na Universidad de Málaga e na Universidad Rey Juan Carlos, na Espanha.
No ano de 2010 estávamos em tempos de expansão das Universidades, havendo muitos concursos no nosso país e ao saber que o concurso da UERN seria para mestre fiz a seleção e fui aprovada, retornando à instituição como professora. Continuei trabalhando com Luiz e lancei a ideia de abrirmos uma linha de pesquisa em catálise, sendo criado o LACAM – Laboratório de Catálise, Ambiente e Materiais. Foram quatro anos de muita dedicação à catálise, pois ao mesmo tempo que seguia meu doutoramento, estava dando aula e criando um grupo de pesquisa na UERN. A Luiz (in memoriam) minha gratidão e reconhecimento por toda participação que teve no meu desenvolvimento científico.
Após o doutorado vieram os primeiros projetos aprovados. Entrei também como professora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN/UERN), orientando trabalhos voltados para catálise. Desde então são vários estudantes que fizeram ou fazem iniciação científica e mestrado na UERN com a temática em catálise. Ao tempo de amadurecimento científico e que deveria ser um período de expansão para as pesquisas, entramos em um período difícil do nosso país e duro para o jovem pesquisador, pois as oportunidades de fomento são poucas, mas como fala a música “Apesar de você amanhã há de ser outro dia”.
Para fechar, sinto que estou só começando, pretendo continuar nessa caminhada que me faz feliz e realizada, seguirei estudando, aprendendo e buscando as oportunidades com o objetivo de dar minha contribuição na catálise e na formação de novos catalíticos.
Para Sibele Pergher - Presidente da Sociedade Brasileira de Catálise (SBCAT)
Natural de Estiva, Sul de Minas Gerais, vivi meus primeiros anos e cresci na zona rural da cidade, lugar de pessoas de bom coração e alegria sem igual. Cursei o ensino fundamental e médio no colégio público da cidade. Foi no ensino médio que me apaixonei pela química, adorava todas as aulas da “dona Elizabeth”. Uma pessoa espetacular que nos ensinou muita química, mas além das belezas da química, foi ela quem nos falou da UFLA. Meu interesse pela química já era grande e só aumentou quando fiquei sabendo que havia possibilidade de cursar um curso superior gratuito em uma excelente universidade.
Prestei o vestibular para química na UFLA e fui aprovado. Que sorte ter feito esta escolha! Hoje posso afirmar que foi uma das melhores escolhas que já fiz, sem dúvidas. Me recordo até hoje de meus primeiros dias em Lavras, do hotel que me hospedei e dos amigos, grandes amigos! Quando estava no terceiro período, confesso que estava um pouco desanimado, no começo o curso é bem pesado e temos pouco contato com química na prática. Foi aí que conheci meu grande amigo e ex-orientador, Prof. Luiz Carlos A. de Oliveira. Até hoje me lembro que o prof. Luiz brincava muito com a gente na aula, e a química começou a se tornar bem mais interessante. Me decidi, no final da disciplina vou procurar o prof. Luiz e pedir uma vaga de iniciação científica. Iniciei os trabalhos no grupo do prof. Luiz acompanhando uma aluna de doutorado, que trabalhava com catalisadores para oxidação de quinolina, adorei o trabalho. Neste período publiquei meu primeiro artigo, catalisadores à base de nióbio para oxidação de quinolina! Foi nesta época que conheci outros grandes amigos, entre eles: o Prof. Guerreiro - UFLA, o Prof. Francisco Guilherme - UFSCAR, entre vários outros.
No período de iniciação científica várias coisas marcantes aconteceram, fui no meu primeiro CBCAT, que aconteceu em Búzios, o Luiz “nos levou”! Nesse CBCAT conheci muitas pessoas importantes, humildes e alegres, dentre eles posso citar aqui nosso eterno amigo, Victor Teixeira, cara que estava sempre alegre. E todo CBCAT é uma alegria imensa rever todos amigos! No ano de 2010 fui contemplado com o prêmio Petrobrás de tecnologia na categoria graduação, quando recebi a notícia estava com o pessoal no laboratório, foi uma festa. O trabalho premiado era relacionado ao desenvolvimento de catalisadores baseados em nióbio para conversão de glicerina em acroleína ou ácido acrílico. Realizei meu mestrado também na UFLA, no ano seguinte. A época do mestrado também foi um ano muito intenso e de muita alegria. Me lembro que tínhamos um time muito legal no laboratório, todos sempre estavam animados, isso deixava o trabalho muito tranquilo.
Após a defesa do mestrado me mudei para Belo Horizonte, para cursar o doutorado em físico-química. Durante o doutorado trabalhei com fotocatalisadores para clivagem da molécula de água, sob a orientação do Prof. José Domingos Fabris e co-orientação do Prof. Luiz C. A. Oliveira. Nessa época conheci outro grande amigo, o Prof. Márcio César Pereira - UFVJM, atualmente temos várias colaborações e sempre saímos para nos divertir, a vida não é só química! Foi durante o doutorado que comecei a lecionar, meu primeiro trabalho foi como professor substituto no CEFET-MG, essa também foi uma época muito importante. Quando comecei a lecionar, percebi que dar aula era algo que eu gostava muito, o contato com os alunos é sempre motivante. Em 2013 fui para San Luis, na Argentina, realizar um período sanduíche na Universidad Nacional de San Luis - UNSL, sob supervisão do Prof. Karin Sapag. Que experiência fantástica, fui extremamente bem recebido e fiz amigos para vida toda na Argentina.
Quando retornei para o Brasil, já estava com a defesa marcada. Defendi meu doutorado em julho e no mesmo mês fui aprovado em concurso para professor adjunto na UFOP. Chegando na UFOP, fui muito bem recebido pelo Prof. Sérgio F. Aquino, e iniciei minhas pesquisas juntamente com um aluno de IC, o Victor, que atualmente está cursando mestrado sob minha orientação. Os trabalhos iniciais desenvolvidos na UFOP foram relacionados a adsorção e fotocatálise. Atualmente o Victor estuda catalisadores baseados em nióbio para conversão de xilose a furfual. Felizmente consegui aprovar projetos de pesquisa junto ao CNPq e FAPEMIG que ajudaram muito no andamento das pesquisas e na montagem de uma estrutura de trabalho. Logo fui credenciado no programa de pós-graduação em química, e comecei a orientar.
Meus primeiros alunos de mestrado foram a Liz Nayibe e o Carlos Bruziquesi (Carlinhos), trabalhos excelentes foram desenvolvidos pelos dois. Em 2017 comecei a orientação de mestrado do aluno André L. D. Lima, que trabalhou com catalisadores baseados em ferro e nióbio para conversão de anilina, merece destaque o trabalho publicado pelo André como capa do periódico New Journal of Chemistry. Atualmente André cursa o doutorado sob minha orientação. Em 2019, para minha surpresa e alegria, fui contemplado com o prêmio “jovem pesquisador em catálise” da Sociedade Brasileira de Catálise! Ganhar esse prêmio significou muito para mim, pois se trata de um prêmio de uma sociedade científica extremamente compentente. Além disso, se trata da sociedade científica que tenho grandes amigos e admiração por todos. Atualmente estou desenvolvendo pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de catalisadores para conversão de tioanisol ou furfural.
Aos jovens estudantes gostaria de deixar a seguinte mensagem, do mineiro e educador Rubem Alves.
“Todo conhecimento começa com o sonho. O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como mestre só posso então lhe dizer uma coisa. Conte-me os seus sonhos para que sonhemos juntos”.
A Catálise quase que se confunde com minha vida profissional. Desde o curso técnico, nas matérias sobre processos petroquímicos, eu sonhava aprofundar naquela área. Algo me atraía e eu nem sonhava ainda que eram processos catalíticos na maior parte das etapas. Na graduação, os primeiros trabalhos foram com catálise ambiental. Hoje desenvolvo pesquisas quase sempre ligadas à catálise ou que foram inspiradas nela. Além disso, grandes amigos e pessoas que sou admirador foram trazidas pela catálise. Ah, a minha esposa também (rsrs). As pessoas são tantas que poderia cometer uma injustiça e esquecer alguém, mas não poderia deixar de falar do meus mestres Rochel e Fabris e da Sibele Pergher, que me deu meu primeiro emprego na URI-Erechim. Obrigado.
Atualmente sou professor Titular da UFMG e desenvolvo pesquisas em Química Ambiental e Desenvolvimento de Novos Materiais, principalmente nos seguintes temas: compostos nanoestruturados de nióbio, carvão ativado, óxido de ferro, catálise, adsorção e catálise.
Tenho me dedicado a trabalhos com empresas visando a transferencia de tecnologias, sendo que 20 patentes foram depositadas junto ao INPI. O processo descrito por uma das patentes foi licenciada pela empresa Verti Ecotecnologias (BR1320150067-6), sendo já testada em escala piloto e realizado um estudo de viabilidade técnica e econômica. Um segundo processo foi feito pedido de patente internacional com a Petrobras (PCT/BR2012/000115). STARTUP. Duas empresas (Fertilitatis Innovatio e Nanonib Nanotecnologia) foram geradas a partir de pesquisas desenvolvidas sob minha coordenação na UFMG, em parcerias com investidores privados.
Sou sócio da Startup NANONIB - Nanotecnologia e Inovação em Nióbio localizada no Parque Tecnológico de BH, empresa criada para explorar a tecnologia gerada durante a pesquisa na UFMG. A tecnologia trata da produção de uma nova molécula empregando compostos de nióbio comerciais. Essa molécula apresentou excelente capacidade na eliminação do coronavírus em superfícies, inclusive a pele. Além disso, diferente de outros produtos no mercado, a tecnologia não emprega álcool e protege a superfície por 48h. O produto comercial foi batizado de INNIB-41 e aguarda a liberação da Anvisa para a produção comercial. É importante ressaltar que já temos entendimentos com grandes distribuidores nacionais para a comercialização do produto, que acreditamos poderá ser mais uma opção ajudar no combate ao coronavírus. O valor do produto permitirá acesso às classes sociais mais baixas.
Fui convidado a ser sócio da empresa Fertilitatis Innovatio que trata de reciclagem de um resíduo industrial para produzir compostos com alto valor agregado para a agroindústria. A empresa está em fase de montagem e os investimentos já realizados por empresários do setor.