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Tenho a sorte de lembrar o momento em que a catálise capturou minha atenção pela primeira vez. Estava cursando Engenharia Química na Universidad Industrial de Santander – UIS (Colômbia), quando uma amiga veterana me explicou por que havia escolhido a disciplina optativa de catálise heterogênea. Seu argumento girava em torno das dificuldades da disciplina e da forte personalidade da Profa. Sonia Giraldo. Sempre senti profunda admiração pelas mulheres pesquisadoras em um mundo projetado para nós homens. A fascinação que desenvolvi pela catálise estava intimamente ligada ao meu ambiente imediato. Naquela época, a maioria dos meus amigos cursava medicina, e eu ficava encantado da habilidade que eles tinham em distinguir uma radiografia de uma tomografia. Isso me fez associar os catalisadores a pacientes que precisavam ser analisados (caracterizados). Uma perspectiva que ainda hoje me diverte.
A inquietude típica da juventude me levou a explorar outras alternativas. Fiz meu TCC em tecnologias para análise de qualidade do biodiesel e, após a graduação, trabalhei na indústria dos fertilizantes. Naqueles dias, parecia que meu espírito não cabia mais em meu corpo e meus sonhos estavam além da Colômbia. Eu queria estudar fora e descobri que o grupo Coimbra em parceria com a Organização dos Estados Americanos oferecia bolsas de pós-graduação para estudantes latino-americanos.
Em 2015 empacotei minha vida em uma mala e cheguei ao Brasil. Realizei meu mestrado na Universidade Estadual de Maringá - UEM, PR., sob a orientação da Profa. Nádia R. C. Fernandes, trabalhando na produção de biocombustíveis via craqueamento de óleos vegetais. O conceito de biorefinarias me resultava fascinante porque permitia o aproveitamento de tecnologias e processos atuais diante de uma iminente mudança energética. Conseguimos sintetizar zeólitas e correlacionar suas propriedades ácidas (alteradas pela razão Si/Al ou pelo cátion de compensação) com a formação de hidrocarbonetos similares à gasolina. Os desafios (pessoais e profissionais) dessa época foram enormes, mas proporcionais ao crescimento que causaram em mim.
Desde sempre, encarei a aprendizagem como uma reação química que, após um tempo, alcança o equilíbrio. Portanto, decidi perturbar o sistema, mudando-me para o Rio de Janeiro para cursar o doutorado no programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ, sob a orientação dos Profs. Fabio Toniolo e Carlos Chagas (hoje grandes amigos). Desenvolvi uma tese voltada ao estudo fundamental de catalisadores utilizados para o Acoplamento Oxidativo de Metano (OCM). Meu objetivo era compreender a estrutura real desses catalisadores durante a reação. No entanto, as elevadas temperaturas do OCM limitavam a caracterização. Acredito que o grande diferencial da minha tese foi formular as perguntas certas e escolher as técnicas adequadas. Sabia que precisava estabelecer parcerias além dos muros da UFRJ. Por isso, dirigi-me ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – LNLS (Campinas, SP.) com o Dr. Santiago Figueroa para realizar XANES e ao Instituto de Catálisis y Petroleoquímica (Espanha) com o Prof. Miguel A. Bañares para realizar espectroscopia Raman em modo operando. Ambas experiências enriqueceram meu trabalho e ampliaram minha perspectiva na pesquisa.
Após defender minha tese em 2021, fui professor substituto na Escola de Química da UFRJ e, em 2022, tornei-me professor adjunto no Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense – UFF (Niterói). Aqui, leciono (graduação e pós-graduação) e pesquiso no Laboratório de Reatores e Catálise – RECat sob coordenação do prof. Fabio B. Passos. Tenho interesse nas reações de Valorização do Metano, Craqueamento de Óleos Vegetais e Hidrogenação de CO2.
Sou grato por ter encontrado meu caminho no Brasil, por todas as experiências e oportunidades que tive, mas também reconheço que há um longo caminho a percorrer. Sinto-me profundamente motivado pela esperança de contribuir para a transformação social baseada na educação e na ciência.
Nascido e ainda residindo em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense, periferia da região Metropolitana do Rio de Janeiro, aprendi desde a infância, ao lado do meu irmão Marcos Júnior, os valores essenciais da educação, dedicação e amor pelo trabalho. Tudo isso graças aos exemplos inspiradores de nossos pais, Marcos Antonio e Maria Diva, ambos professores aposentados, e de outros familiares que nos guiaram com sabedoria e carinho.
Durante minha juventude, mergulhei ainda mais fundo na compreensão do poder transformador da educação em suas mais diversas formas. Engajei-me em grupos dedicados à formação humanística e intelectual, contribuindo para moldar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, aptos a serem líderes em um mundo mais fraterno, livre, igualitário e justo.
Foi ainda no ensino fundamental que tive meu primeiro encontro com a Química, uma paixão que se acendeu graças às aulas sobre reações químicas. Foi ali que tracei meu caminho acadêmico e profissional, ingressando pouco depois na antiga Escola Técnica Federal de Química (ETFQ), onde me formei como Técnico em Química em 1999.
Após uma breve incursão na área da gestão da qualidade, decidi embarcar em uma nova aventura acadêmica cursando Engenharia Química, passando pelas prestigiosas Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi nessa época que encontrei minha companheira de vida e grande inspiração, minha esposa Michelle Castilho, advogada, cujo apoio incansável foi fundamental para que eu avançasse em meus estudos.
Meu vínculo com a catálise se estabeleceu de forma indissolúvel após minha aprovação em um concurso para Técnico de Laboratório na UFF, atividade que exerço até os dias de hoje. Nessa oportunidade, tive o privilégio de trabalhar no Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise (RECAT), fundado pelo Prof. Dr. Fabio Passos, uma figura brilhante e inspiradora.
No RECAT, que agora tenho a honra de ajudar a coordenar, fui exposto a diversas oportunidades para desenvolver minhas habilidades e competências na área de catálise. Desde meu ingresso como técnico, compreendi profundamente a importância da pesquisa para o desenvolvimento do nosso país. Foi nesse ambiente estimulante e colaborativo que finalizei minha graduação em Engenharia Química (2008), além de obter meu Mestrado (2010) e Doutorado (2015) em Química, todos pela UFF, com foco em Catálise. Além disso, busquei especializações em Engenharia de Petróleo e Gás Natural (2010) e Engenharia de Segurança do Trabalho (2017), ampliando ainda mais meus horizontes acadêmicos.
Minha jornada docente no ensino superior na rede privada não apenas expandiu minha visão acadêmica, mas também me desafiou a desenvolver habilidades em ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica. Tive a oportunidade de atuar como coordenador de curso e membro dos núcleos docentes estruturantes dos cursos em que estive vinculado, testemunhando de perto a transformação de alunos que foram os primeiros em suas famílias a concluir o ensino superior.
Em 2020, nasceu meu filho Lucas, o que me motivou a buscar um maior equilíbrio entre minha vida pessoal e profissional. Foi então que me dediquei a um novo concurso público, culminando em minha aprovação como Professor Adjunto no Departamento de Engenharia Química e de Petróleo (TEQ) da UFF, em 2021. Hoje, sinto-me privilegiado por fazer parte de uma instituição de excelência, comprometida com a transformação social através do acesso universal ao ensino superior.
Tenho a sorte de fazer parte de instituições como a UFF (desde 2001) e a SBCat (desde 2009), entre outras, que não apenas moldaram minha carreira profissional, mas também me ajudaram a compreender meu papel na construção de uma sociedade mais inclusiva, com equidade, socialmente justa e comprometida com os direitos humanos. Estou comprometido em continuar contribuindo para esse ideal, trabalhando para promover a igualdade, através da ascensão social alcançada pelo acesso ao ensino superior.
A minha trajetória em direção à catálise começou ainda na gradução quando estava cursando engenharia química na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ao final do curso fui contratada como estagiária do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (CENPES) da Petrobras sob supervisão da Vivian Passos de Souza, Adriana Ferreira e Maíra Andrade Rodrigues. As minhas supervisoras eram muito atenciosas e me explicavam tudo relacionado ao trabalho que realizávamos. Passei grande parte do estágio, que durou um ano e seis meses, no desenvolvimento de um software, realizado em parceria com a TI, para acompanhamento online das unidades de processo das refinarias. Para isso, eu precisava conhecer os processos catalíticos e os diferentes tipos de catalisadores empregados. Esse estágio foi o meu primeiro contato com a catálise, pois ainda não havia cursado a disciplina na graduação, mas certamente foi ele que despertou o meu interesse pela área. Lembro que durante o estágio tive a oportunidade de visitar a REDUC, ver o forno reformador, as unidades de hidrotratamento e achei o máximo! Mais ao final do estágio também comecei a realizar atividades no laboratório de caracterização de catalisadores. A realização do meu estágio foi de grande aprendizado para mim e eu sou muito grata à Vivian, Adriana e Maíra por tudo que aprendi com elas.
Naquela época ainda, o CENPES possuía projetos em parceria com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em uma das reuniões de projeto conheci o Prof. Victor Luís dos Santos Teixeira da Silva. Comentei com ele sobre a minha vontade em fazer mestrado e ele me incentivou a me matricular no Programa de Engenharia Química (PEQ) da COPPE/UFRJ dizendo que seria meu orientador de mestrado. Sendo assim, em março de 2016, comecei o curso de mestrado em engenharia química no PEQ sob orientação do Victor e da Priscilla Magalhães de Souza.
A realização do mestrado me trouxe muito desenvolvimento pessoal e profissional. Além de ter aprendido a operar diferentes equipamentos e ter estudado sobre variadas técnicas de caracterização de materiais, pois o laboratório em que realizava os meus experimentos, o núcleo de catálise (NUCAT), era um laboratório muito bem equipado, o Victor era um excelente orientador. Ele sem dúvidas foi um grande amigo e uma figura muito importante na minha trajetória na catálise e sempre será uma referência para mim como pessoa, orientador e pesquisador. Finalmente, ainda durante o meu mestrado, realizei um estágio de três meses na França no grupo de valorização de alcanos e da biomassa (Valorisation des alcanes e de la biomasse - VAALBIO) da Centrale Lille sob supervisão do Prof. Sébastien Paul. Nesse estágio pude conhecer como funcionavam outros grupos de pesquisa em catálise, conhecer pesquisadores de diferentes países e testar os catalisadores que havia desenvolvido em um sistema high throughput.
Defendi o mestrado e em março de 2018, iniciei o doutorado em engenharia química no PEQ/COPPE/UFRJ que foi realizado em cotutela com a Centrale Lille, onde passei um período de um ano e meio. O desenvolvimento da minha tese foi realizado sob orientação do Prof. Fábio Souza Toniolo do PEQ, Prof. Fábio Bellot Noronha do Instituto Nacional de Tecnologia e Prof. Sébastien Paul da Centrale Lille. O meu trabalho de doutorado envolvia a reação de hidrodesoxigenação do furfural a 2-metilfurano empregando catalisadores de carbetos de molibdênio e durante a minha estadia na França tive a grande oportunidade de analisar esses materiais por Espectroscopia de Absorção de Raios X no Síncrotron Soleil.
Após o meu retorno ao Brasil, voltei ao Rio para realizar algumas caracterizações finais e foi quando conheci o Prof. Pedro Nothaft Romano e o Prof. João Monnerat Araújo Ribeiro de Almeida, que meses depois me convidaram para fazer pós-doutorado no laboratório que eles coordenam juntamente com os Profs. Donato Alexandre Gomes Aranda e Eduardo Falabella Sousa-Aguiar, o Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (LIPCAT) do Instituto/Escola de Química da UFRJ, onde me encontro atualmente pesquisando sobre reações de reforma e HDO de bio-óleo. Além disso, também estou atuando como professora substituta no Departamento de Físico-Química da Universidade Federal Fluminense.
Nunca havia pensado na graduação que seria pesquisadora, tudo foi acontecendo naturalmente, mas posso dizer que ter uma trajetória profissional na pesquisa e, especialmente na área de catálise, é muito gratificante e motivador, pois me permite aprender sobre algo novo a cada dia.
Irmão de Anderson e Érica, e filho de Clarice e Osvaldo, nasci em Araraquara e cresci em Santa Lúcia, cidades do interior de São Paulo. Meu primeiro contato com a química e a física ocorreu através do meu pai, que foi caminhoneiro durante toda a sua vida. Era impressionante e curioso como o bico da câmara de ar do pneu de um caminhão ficava gelado ao ser esvaziado. E já revelando a minha idade, sim, naquela época, os pneus ainda tinham câmara de ar.
A educação sempre foi valorizada e priorizada em casa, sendo minha mãe nossa maior incentivadora. Contrariando as estatísticas, ela retornou aos estudos no período noturno, mesmo após o casamento e três filhos, e eu sempre a acompanhava. Iniciei os estudos nas escolas públicas de Santa Lúcia, onde permaneci até a oitava série. No ensino médio, tive a oportunidade de estudar em uma escola particular de Araraquara, onde o interesse pelas ciências exatas aumentou consideravelmente.
Após muita dedicação aos vestibulares, em 2007, ingressei na Unesp de Araraquara e, focado no objetivo de trabalhar na indústria, optei pela modalidade de Química Tecnológica. No entanto, o ambiente universitário me surpreendeu positivamente e, aos poucos, despertou em mim o interesse pela vida acadêmica.
Minha inserção na vida científica deu-se através da orientação da Profa. Dra. Dulce H. S. Silva, com uma Iniciação Científica em Química Orgânica. Aqui, pela primeira vez, tive a oportunidade de utilizar um catalisador na pesquisa, o ácido sulfúrico, para a reação de esterificação do ácido cafeico, que possui propriedades antioxidantes e neuroprotetoras.
Em 2009, quando estava no terceiro ano da graduação, perdi meu pai de forma muito violenta, o que ocasionou grandes mudanças na minha vida. Embora tenha tido a oportunidade de ser contratado por uma multinacional de alimentos em Araçatuba, meus objetivos já haviam mudado e estar próximo de minha família era essencial naquele momento. Foi então que soube que o Prof. Dr. Leandro Martins possuía uma bolsa de Treinamento Técnico da FAPESP disponível para auxiliar na nucleação do seu grupo de pesquisa. Ele me acolheu e começamos a trabalhar juntos. Quando ele me disse que trabalharíamos com catalisadores, fiquei pensando que ele fosse me trazer uma peça do escapamento de um carro... No meio do mestrado, em 2012, conheci Vanessa, que se tornou minha esposa.
Desde então, foram várias conquistas com muito trabalho e dedicação envolvidos. Primeiras publicações, primeira patente e até oportunidades de conhecer novos países e culturas. Finalizei o doutorado em 2016. Em 2017, meu trabalho foi reconhecido e tive a honra de ser premiado com a Tese em Catálise no CBCat de Ouro Preto, em Minas Gerais, e com o "Prémio Jovem Investigador Fisocat" pela Federação Ibero-americana de Sociedades de Catálise em 2018, em Coimbra, Portugal.
Motivado, realizei pós-doutorado com o Prof. Dr. Celso V. Santilli, também no IQ-Unesp. Em 2019, surgiu a oportunidade de trabalhar por um ano no Synchrotron SOLEIL, na França, sob supervisão da Dra. Valérie Briois, chefe da linha de absorção de raios X, ROCK. Poucos meses antes de embarcarmos (eu, Vanessa e nossas duas cadelinhas, Cristal e Pipoca), perdi minha mãe. A ausência dela doía (e dói até hoje), mas me motivou a aproveitar ainda mais a oportunidade e torná-la uma experiência inesquecível.
Em 2021, trabalhei por um ano com o Prof. Dr. José M. Assaf, no Departamento de Engenharia Química da UFSCar, e em 2022, meu Projeto Jovem Pesquisador FAPESP para estudos em condições operacionais de catalisadores para a conversão de CO2 na Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru foi aprovado. Em 2023, fui contratado pelo Departamento de Química na mesma faculdade.
A catálise é uma parte encantadora da ciência, mas mais do que isso, é cada oportunidade, cada aperto de mão, cada um desses momentos que compartilhei com vocês. Isso nos permite romper as energias de ativação das barreiras da vida e construir novas ligações.
Em 2008, iniciei minha graduação em Engenharia Química na Escola de Química (EQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após concluir o ciclo básico no segundo semestre de 2011, optei pela disciplina eletiva EQO-088, "Tecnologia do Refino de Petróleo e Gás Natural", ministrada pelo professor Eduardo Falabella Sousa-Aguiar, que mais tarde se tornaria meu orientador de doutorado. Esse foi meu primeiro contato próximo com a área de Catálise, que despertou em mim um grande interesse. Curiosamente, anos depois, tive minha primeira experiência docente ministrando essa mesma disciplina.
No ano seguinte (2012/2), cursei outra disciplina eletiva, EQE-005 "Catálise", ministrada pelo Prof. Donato Alexandre Gomes Aranda. Acredito que cursar tais disciplinas com grandes referências internacionais na área me motivou, mesmo com uma oferta de emprego formal na empresa White Martins, na qual trabalhava há mais de um ano, a me inscrever no Mestrado Acadêmico do PEQ/COPPE em 2013, antes de terminar formalmente a graduação.
Quando comecei a cursar as disciplinas obrigatórias do mestrado, ainda precisava defender o meu trabalho de conclusão de curso para concluir a graduação como Engenheiro Químico e poder dar seguimento ao mestrado. Foi a partir desse trabalho que publiquei meu primeiro artigo científico em uma revista internacional. Durante as disciplinas obrigatórias do mestrado no PEQ, tive a honra e o privilégio de cursar a disciplina COQ-772 "Cinética de Processos" logo no primeiro período (2013/1), com o saudoso Prof. Victor Luis dos Santos Teixeira da Silva. No período seguinte, cursei a disciplina COQ-776 "Preparação e Caracterização de Catalisadores", ministrada pelo Prof. Victor Teixeira junto com a excepcional Profa. Cristiane Assumpção Henriques.
Após a conclusão das disciplinas do mestrado e com grande encorajamento por parte do Prof. Eduardo Falabella, entrei com uma solicitação de progressão para o Doutorado direto no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, atual EPQB da EQ/UFRJ. Em 2014, como parte do estágio didático obrigatório para alunos de doutorado, comecei a ministrar a disciplina de Tecnologia de Refino de Petróleo e Gás Natural para os alunos de graduação da Escola de Química da UFRJ, sob supervisão de meu orientador, Prof. Eduardo Falabella. A partir desse momento, percebi que a atividade docente, aliada à pesquisa, muito me encantava.
Em setembro de 2014, tive a oportunidade de realizar um estágio de um mês no laboratório da Prof. Isabel Fonseca na Universidade Nova de Lisboa, no qual pude estudar a funcionalização de materiais carbonáceos para aplicações catalíticas. Logo após, em 2015, mudei-me para o Reino Unido para realizar um Doutorado Sanduíche na University of Liverpool, sob orientação do Prof. Jose Antonio Lopez-Sanchez. Quando me dei conta, tinha acesso quase ilimitado a uma infinidade de equipamentos e técnicas de caracterização sofisticadas, como, por exemplo, reatores de micro-ondas, XPS, RMN, TPR, TPD-NH3, quimissorção, fisissorção, TEM, SEM, entre outras. Ciente da oportunidade única que estava vivenciando, aproveitei para fazer o máximo de experimentos possíveis, o que se traduziu em um período no qual as noites em claro no laboratório eram recorrentes, porém muito produtivas.
Após a defesa da minha tese intitulada “Seleção de catalisadores para a hidrogenação seletiva de furfural a produtos verdes de interesse, sob aquecimento convencional e assistido por micro-ondas”, em 2017, prestei concurso para o curso de graduação em Nanotecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no ano seguinte, tendo sido aprovado. Desde então, atuo como um dos coordenadores do Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (LIPCAT), em parceria com os professores João Monnerat, Eduardo Falabella e Donato Aranda. Hoje coordeno e atuo em diversos projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em colaboração com empresas como Petrogal, Petrobras, Sinochem, Qatar e Exxon. Tais projetos envolvem temas como FCC, HDO de bio-óleos, reforma de etanol, conversão de CO2 e Fischer-Tropsch. Além disso, venho trabalhando ativamente na síntese e interconversão de zeólitas e na eletrificação de processos químicos via aquecimento por micro-ondas, indução e efeito Joule. Atualmente, também sou professor pleno no Programa de Engenharia da Nanotecnologia (PENt) da COPPE/UFRJ e professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos (EPQB) da Escola de Química/UFRJ.
A catálise tem sido um campo particularmente importante em minha vida, tanto profissional quanto pessoal. No aspecto profissional, proporcionou-me a oportunidade de trabalhar em projetos inovadores e desafiadores que não só contribuíram para o meu crescimento intelectual, mas também tiveram um impacto significativo na eficiência e sustentabilidade das operações industriais. Pessoalmente, a catálise despertou em mim uma paixão pela pesquisa e pela busca contínua de soluções inovadoras, influenciando profundamente minha visão de mundo e minhas aspirações de carreira.