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Projeto de tecnologia limpa é desenvolvido em laboratório de combustíveis na UFMG usando toneladas de resíduos que vão para o lixo e podem se transformar em biodiesel
Uma fórmula de baixo custo, que aproveita cascas de ovos de galinha, pode dar novos rumos à produção de biocombustíveis. Em vez de irem para o lixo, as toneladas de cascas desperdiçadas pela indústria de alimentos, como a de bolos e biscoitos, podem servir para a produção de um catalisador em pó usado na fabricação de biodisel. O novo produto, à base de gliceróxido de cálcio, age em substituição aos catalisadores homogêneos (líquidos), comumente usados na indústria, mas que geram muitos resíduos e impactos no meio ambiente. A proposta de tecnologia limpa foi desenvolvida no Laboratório de Ensaios de Combustíveis (LEC) do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais e financiada com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Finep/ANP), por meio de um programa de formação de recursos humanos.
Os catalisadores são substâncias que aceleram uma reação química, por reduzir a energia necessária ao processo e aumentar sua velocidade. Atualmente, as fórmulas líquidas prevalecem na produção de biodisel pela facilidade de se misturarem com os outros componentes – o óleo e o álcool – que se encontram também na fase aquosa. No entanto, pesquisas no mundo inteiro são desenvolvidas com o intuito de chegar a produtos heterogêneos tão eficientes quantos os líquidos e que tenham separação simplificada. Isso porque, ao final da produção, os catalisadores precisam ser retirados do combustível. “Enquanto os produtos homogêneos exigem sucessivos processos de lavagem, que geram grandes volumes de resíduos aquosos, os heterogêneos requerem apenas a filtragem para separação”, explica a professora Vânya Pasa, que realizou a pesquisa com o aluno de graduação Gustavo Pereira dos Reis, do 7º período do curso de química tecnológica.
A produção do catalisador no laboratório da UFMG foi feita com cascas de ovos recolhidas no restaurante universitário do Câmpus Pampulha, em Belo Horizonte. Previamente lavadas, elas permaneceram por 12 horas em estufa a 105 °C, para secagem. Posteriormente, o material constituído predominantemente de carbonato de cálcio foi triturado em moinho de facas e resultou em um pó fino. Depois de tratado a elevadas temperaturas, ele foi acondicionado em dessecador para então ser convertido em gliceróxido de cálcio e ser usado nas reações.
Além da redução do impacto no meio ambiente, o catalisador heterogêneo desenvolvido à base das cascas de ovo sai na frente em relação ao custo. Como explica a pesquisadora, os poucos produtos sólidos existentes no mercado são muito caros, por exigirem metais nobres, como nióbio, ouro e lantânio, em sua produção. Apesar de serem eficientes, eles demandam o uso de temperaturas mais altas durante a reação química para a produção do biodisel. “A tecnologia que desenvolvemos é de baixo custo e fácil aplicação. Eficiente e ecologicamente correta, tem grande importância industrial”, afirma Vânya Pasa.
Diferentemente da maioria dos heterogêneos, o catalisador de casca de ovo se destaca por poder ser usado na mesma temperatura do produto homogêneo, que é torno de 65 °C. “A única desvantagem é o tempo gasto na reação. Enquanto os processos com produtos líquidos exigem uma hora, o novo catalisador precisa do triplo”, acrescenta.
Demanda da indústria
A professora conta que o estudo partiu de uma demanda de um pequeno empresário de Belo Horizonte, dono de uma fábrica de ovo líquido. Na empresa, o produto é batido, filtrado e estilizado para ser vendido à industria de alimentos e as cascas viram toneladas de resíduos que param no lixo. “Ele me alertou para o problema que tinha, e como trabalhamos com o desenvolvimento de tecnologias limpas, fizemos experimentos até chegar ao catalisador heterogêneo”, conta Vânya, lembrando ainda da importância em investir em soluções mais baratas na área de energia. Os biocombustíveis têm sido priorizados como alternativa complementar da matriz energética em vários países e hoje o Brasil é líder na produção de biodisel, embora com o uso de catalisadores homogêneos. “Trabalhamos para que a catálise heterogênea seja efetiva”, ressalta a professora da UFMG, que coordena o LEC, responsável pelo controle de qualidade dos combustíveis comercializados em 550 cidades de Minas Gerais.
Acidez
A possibilidade de reutilização e de uso do catalisador à base de casca de ovoo em óleos de alta acidez, considerados menos nobres para a produção do biodisel, também é ponto alto da pesquisa. “Depois de filtrado, ele pode ser novamente usado sem perda da atividade. Além disso, conseguimos fazer biodiesel de alta pureza, mesmo com óleos brutos, como os residuais de frituras ou aqueles sem refino, que têm alta acidez”, informa o estudante Gustavo Reis. Tanto ele quanto a professora Vânya defendem a importância da pesquisa como desenvolvimento de tecnologias verdes, mas ainda não sabem os rumos que ela vai tomar no mercado. “O estudo é importante porque usa resíduos recicláveis, mas tudo vai depender de como a indústria vai se apropriar da nova tecnologia”, acrescenta Reis. O resultado do estudo será apresentado a empresas do setor de biocombustíveis, segundo Vânya, que defende ainda seu uso pelo pequeno produtor. “Em propriedades que usam máquinas, motores e tratores, o produtor poderá plantar soja para fazer óleo e cana, e, assim, produzir etanol. Com o catalisador de cascas de ovos, ele pode fabricar o próprio biodisel para usar nas máquinas da fazenda e em caminhões”, diz ela.
Fonte: EM
Síntese nanoquímica
Pesquisadores descobriram uma nova forma de acelerar as reações químicas, em uma descoberta que poderá levar a uma indústria química mais limpa e nanotecnologias mais baratas.
A equipe da Espanha e Austrália usou eletricidade estática como catalisador para um processo químico bem conhecido, a reação de Diels-Alder, aumentando a velocidade da reação por um fator de cinco.
Em vez dos tradicionais catalisadores de alto custo, como platina e ródio, Albert Aragonès e seus colegas aplicaram um campo elétrico entre dois nanoeletrodos ligados às moléculas que deviam reagir.
Esta nova abordagem de síntese nanoquímica envolve juntar moléculas individuais para criar novas estruturas moleculares usando blocos fundamentais, o que poderá facilitar a síntese de compostos químicos difíceis de obter e de alto valor agregado.
"A teoria sugere que muitas reações químicas - e não apenas as reações redox [transferência elétrons], como se pensava - podem ser catalisadas pela aplicação de um campo elétrico. Nós fornecemos a evidência experimental para isto pela primeira vez," disse o professor Ismael Díez-Pérez da Universidade de Barcelona.
Catálise eletrostática
A catálise eletrostática - usar campos elétricos como catalisadores - é a forma menos desenvolvida da catálise na química sintética porque os efeitos eletrostáticos são fortemente direcionais.
A equipe superou essa dificuldade manipulando moléculas individuais com um microscópio de tunelamento (STM). "A nossa abordagem com um STM modificado permite registrar assinaturas diretas das moléculas individuais reagindo. Controlar a orientação das moléculas com relação ao campo elétrico acelerou uma reação não-redox pela primeira vez," reafirmou Díez-Pérez.
Embora a técnica seja diretamente aplicável em experimentos em nanoescala e eventualmente no interior de biochips, ainda deverá ser analisada a possibilidade de extensão da técnica de catálise eletrostática para otimizar reações em larga escala.
Fonte: Inovação e Tecnologia
Agência FAPESP – O 46º Congresso Mundial de Química, da União Internacional para a Química Pura e Aplicada (IUPAC, da sigla em inglês), será realizado em São Paulo, de 9 a 14 de julho de 2017.
O presidente da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e presidente da IUPAC 2017, Adriano Andricopulo, apresentará a agenda de eventos preparatórios na assembleia geral da IUPAC, durante o 45º Congresso Mundial de Química, que está sendo realizado em Busan, na Coreia do Sul, de 9 a 14 de agosto.
A IUPAC é uma instituição científica global, criada em 1919 por químicos acadêmicos e industriais, reconhecida como autoridade em nomenclatura, terminologia, padronização de métodos de pesos e medidas, peso atômico e outros dados químicos.
Na avaliação do Andricopulo, a realização do 46º Congresso da IUPAC em São Paulo “será um momento histórico para a SBQ e para a química brasileira”.
Na promoção e organização do evento, a SBQ contará com a parceria da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Além de Andricopulo, integram a comitiva da SBQ na Coreia do Sul Luiz Henrique Catalani, vice-presidente; Luiz Fernando Silva Jr., secretário-geral; e Vanderlan Bolzani, conselheira da SBQ e membro da coordenação do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA) da FAPESP.
Fonte: Agência FAPESP
O Simpósio Nacional de Biocombustíveis - BIOCOM é um evento organizado anualmente pela Associação Brasileira de Química - ABQ e realizará sua decima edição no período de 24 a 26 de abril de 2017, em Recife, capital do Estado de Pernambuco.
O programa do evento envolve palestras, mesas-redondas e apresentação de trabalhos versando sobre o tema biocombustíveis.
O BIOCOM, desde sua primeira edição, tem se pautado em discussões com abrangência regional, nacional e mundial com diversificação de temas e de setores participantes. O evento tem sede itinerante e palestrantes de diferentes regiões, que procuram abordar aspectos dos biocombustíveis buscando a interação entre agentes governamentais, pesquisadores e do setor produtivo e estudantes de pós-graduação e de graduação. O programa tem fomentado a discussão das tecnologias atuais aplicadas à produção, melhorias técnicas e perspectivas de novas tecnologias, além de aspectos como: política, mercado e meio ambiente. Nesta versão, o tema central é Biocombustíveis X Sustentabilidade.
O BIOCOM vem se apresentando como um espaço de discussão qualificada em que se visa identificar alternativas, reconhecer limitações, propor soluções e projetar futuros cenários, facilitando, ainda, a criação de parcerias entre os diversos setores da sociedade.
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No período de 13 a 16 de dezembro de 2016 ocorrerá o II Simpósio Nordestino de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia a ser realizado na UFAL com vistas a enriquecer nossas atividades enquanto Programa de Pós-Graduação e atender a uma demanda crescente por discussões e buscas por parcerias no âmbito do desenvolvimento científico e tecnológico.