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10 01 SBCAT João noticiaMinha jornada na catálise começou em 2008, quando decidi cursar Engenharia Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante o ensino médio, minhas paixões por Química, matemática e Física me conduziram ao curso mais multidisciplinar que existe: a fantástica Engenharia Química, uma área que une diversas disciplinas e oferece uma visão ampla das ciências exatas. Ao final do curso, obtive o diploma cum laude.

A catálise tornou-se uma paixão durante as aulas do Prof. Eduardo Falabella Sousa-Aguiar, que, além de professor na UFRJ, atuava como gerente da célula GTL no CENPES, Centro de Pesquisa da o Petrobras. Sua habilidade em conectar a academia à indústria foi inspiradora. Apesar de ter aprendido com ele a relevância dessas parcerias, ainda brinco que não adquiri suas habilidades poéticas, algo que admiro com humor. Em 2013, iniciei meu doutorado em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos na UFRJ, sob sua orientação, e realizei um período sanduíche na University of Liverpool, onde aprofundei meus conhecimentos em catálise e percebi a importância de compreender o processo como um todo para resolver problemas reais.

Após o doutorado, continuei trabalhando com o Prof. Falabella e o Prof. Pedro Romano, meu amigo desde a graduação e que considero como um irmão. Nossa colaboração se fortaleceu em Liverpool e, juntos, expandimos nossas iniciativas. Quando terminei meu doutorado, comecei a colaborar com o Prof. Donato Aranda, que se tornou não apenas uma grande inspiração para mim, mas também um grande amigo. Donato é a pessoa que melhor entende como transitar entre indústria e academia e, com o tempo, tornou-se parte da minha família acadêmica e pessoal. Ele é meu padrinho de casamento e compartilha comigo não apenas a visão de integrar academia e indústria para resolver desafios da sociedade, mas também o hobby de jogar xadrez. Paralelamente, iniciei minha carreira na indústria ainda durante a graduação, com estágios na Radix e na Braskem. Mais tarde, trabalhei novamente na Radix e na multinacional chinesa Sinochem, onde fui responsável por projetos de P&D e desenvolvimento de novos negócios em tecnologias sustentáveis, estruturando parcerias com universidades e ICTs como UFRJ, USP, UNICAMP, ISI BIOMASSA-SENAI, UFRN entre muitos outros.

Em 2020, tornei-me professor no Instituto de Química da UFRJ e, junto com o Prof. Pedro Romano, idealizei o LIPCAT. Nosso objetivo é criar soluções reais para uma indústria que enfrenta desafios urgentes, como a eletrificação de processos, o refino sustentável e a produção de hidrocarbonetos renováveis para aviação e navegação, os quais demandam novos materiais. Nossa missão é desenvolver esses materiais e inspirar nossos alunos a superar os limites da pesquisa convencional, promovendo uma visão integrada que abrange desde o produto até as condições operacionais, capacitando-os a enfrentar os desafios de um setor em rápida transformação. O momento é único para a indústria, com mudanças nas matérias-primas e fontes de energia. O LIPCAT reflete essa evolução, abordando desde processos de refino, como FCC e hidrotratamento, até eletrocatálise e biocatálise. Acredito que a catálise é a conexão entre o nano e o macro, oferecendo soluções para desafios em todas as escalas.

Hoje, o LIPCAT é o ID.Lab da Galp no Brasil, desenvolvendo soluções sustentáveis para a indústria química e energética. Também lideramos projetos com empresas como Exxon, Qatar Energy, Petrobras e Copa Energia, e colaboramos com pesquisadores de renome, como o Prof. Javier Garcia-Martinez, ex-presidente da IUPAC, em iniciativas inovadoras em sustentabilidade.

Nosso maior objetivo é inspirar nossos alunos a desenvolver soluções que cheguem ao chão de fábrica, seja através de empresas parceiras que acreditam em nossas ideias ou por meio de startups que transformem a indústria química e energética.

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