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08 09 SBCAT Noticia GeraldoNarcisoNão gostaria de usar este espaço para colocar apenas informações como se fosse um CV, mas mais para contar um pouco como iniciei e um pouco da minha trajetória com a preocupação maior de levar uma mensagem aos jovens: de que mesmo com todas as dificuldades é possível se construir algo, por mais que pareça impossível. A construção de um sonho leva anos, décadas e você pode nem mesmo vê-lo consolidado, mas não importa, o importante é contribuir. Sou graduado em Química Industrial pela Universidade Federal do Pará (1978) e Mestre em Ciência e Tecnologia de Polímeros pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985). O meu verdadeiro contato com a Catálise se deu ao iniciar (1989) o meu Doutoramento na Université Pierre et Marie Curie - Paris/França, hoje Université Sorbonne, sob a orientação do Professor Gérald Djega-Mariadassou. A temática da tese foi toda voltada para a obtenção de combustíveis renováveis a partir de óleos vegetais usando catalisadores heterogêneos. Na época, todos os grupos importantes no Brasil em Catálise estavam situados nas regiões Sudeste e Sul. O Nordeste já contava com alguns grupos, mas na sua maioria, ainda formados por jovens pesquisadores.

A Catálise no Brasil foi desenvolvida em cima de trabalhos ligados a Indústria do Petróleo. Tendo isto em mente, ao terminar o Doutorado e com a obrigatoriedade de retornar ao Brasil e à minha Universidade de origem (Universidade Federal do Pará) surgiram várias perguntas extremamente inquietantes: Como desenvolver trabalhos com catálise heterogênea em uma região e em uma Instituição onde toda a pesquisa era voltada para Produtos Naturais? Como desenvolver trabalhos com catálise em uma região sem massa crítica e nem infraestrutura apropriada para trabalhos na área? Como conseguir financiamento para projetos em Catálise em um Estado que nunca produziu petróleo? A partir destas constatações tomamos a decisão de lutar para que a catálise tivesse um lugar na região ou pelo menos na Instituição. Ao longo destes quase 30 anos tivemos várias vitórias, mas também muitas derrotas. Das vitórias, criar um grupo de catálise voltado para o desenvolvimento de catalisadores para obtenção de combustíveis renováveis e produtos químicos de alto valor agregado com uma infraestrutura mínima para desenvolver trabalhos na área e a formação de dezenas de profissionais que hoje desenvolvem atividades nesta e em outras instituições, profissionais estes que terão como responsabilidade levar a catálise a um patamar mais elevado que o alcançado até o momento. Sem dúvidas, consideramos que somos parte da construção de algo e que teremos que lutar por gerações para termos grupos de pesquisa consolidados e com reconhecimento Nacional e Internacional em Catálise na Região Amazônica. A minha geração foi a partida e aos que vêm, o céu é o limite! Obrigado.

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